Comissão parlamentar líbia recusa marcar nova data para as eleições

Eleições marcadas para 24 de Dezembro foram adiadas. Comissão opõe-se à sugestão da Comissão Eleitoral, de remarcar o sufrágio para 24 de Janeiro,

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Protesto contra o adiamento das eleições na passada sexta-feira ESAM OMRAN AL-FETORI/Reuters

Uma comissão do Parlamento líbio recusou-se esta segunda-feira a fixar uma nova data para as eleições presidenciais, inicialmente marcada para 24 de Dezembro, prolongando a incerteza sobre o decisivo acto eleitoral adiado.

Durante uma sessão muito aguardada do Parlamento, reunido segunda-feira em Tobruk (leste), esta comissão encarregada de acompanhar as eleições apresentou um relatório que conclui que seria arriscado fixar uma nova data neste momento, opondo-se assim à data de 24 de Janeiro proposta pela Alta Comissão Nacional Eleitoral (HNEC).

A comissão parlamentar recomendou, por outro lado, a criação de um “novo calendário realista e aplicável, definindo as etapas, em vez de fixar novas datas e cometer novamente os mesmos erros”.

Num relatório lido aos deputados pelo seu presidente, Al-Hadi al-Sghayer, a comissão propôs também a criação de uma comissão para elaborar uma Constituição da Líbia, abolida pelo antigo regime de Muammar Khadafi em 1969, e apelou a uma “remodelação do executivo”.

As eleições presidenciais foram adiadas pela HNEC, a menos de 48 horas da data agendada para a sua realização, devido a divergências na base jurídica para a realização do escrutínio.

A realização destas eleições presidenciais foi proposta para ajudar a unificar o país após uma década de guerra civil, mas multiplicaram-se os apelos para um adiamento, mesmo face aos receios de um vazio perigoso, nomeadamente a nível de segurança, se tal acontecesse.

As primeiras eleições “nacionais” após o acordo de reconciliação firmado em Outubro de 2020 sob patrocínio da ONU deveriam ser o culminar de um processo difícil de pacificação do país, às quais se seguiriam as legislativas, marcadas para um mês depois.

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