Colômbia sangrenta: 92 massacres, 168 activistas e 48 signatários do acordo de paz assassinados

O balanço do ano de 2021 do Instituto de Estudos para a Paz mostra que a violência está em alta no país.

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Protesto contra a violência policial em Maio Reuters/STRINGER

A Colômbia registou em 2021 um total de 92 massacres, bem como o assassínio de 168 líderes organizações sociais. Além disso, dentre os signatários do acordo de paz com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), 48 foram também mortos violentamente.

Os números são do relatório “Cifras de la violencia en las regiones 2021” (Números da violência nas regiões 2021) do Instituto de Estudos para a Paz (Indepaz) que junta os dados registados entre 1 de Janeiro e 24 de Dezembro deste ano.

Os 92 massacres provocaram a morte de 326 pessoas em 70 municípios de 20 departamentos da Colômbia.

Entre os 168 activistas assassinados, 26 eram mulheres, e entre os signatários do acordo de paz, havia também quatro mulheres.

Cauca e Antioquia são os dois departamentos onde se registou o maior número de massacres, com 14 cada um, sendo que o segundo é aquele onde morreu mais gente: com 52 assassinados. O primeiro teve o maior número de líderes sociais assassinados, entre eles Sandra Liliana Peña, Wilson López e Sebastián Jacanamijoy.

Cauca, no Sudoeste, é o departamento com maior população indígena e um dos que tem maior actividade de cultivo ilegal de folha de coca para a produção de cocaína.

Antioquia, no Noroeste, foi um dos mais afectados pelo conflito armado, com 30 mil desaparecidos entre 1997 e 2005. Mesmo assim, foi em Cauca que mais signatários do acordo de paz assassinados.

Desde o acordo de paz assinado entre o Governo, na altura liderado pelo Presidente Juan Manuel Santos, e as FARC em 2016 já foram assassinados 1283 líderes que figuravam entre os signatários.

O mesmo Indepaz denunciou no sábado um novo massacre, no departamento de Santander, no Nordeste do país, com três mortos e quatro feridos numa troca de tiros. Todos os mortos pertenciam à mesma família.

No Twitter, a Indepaz referiu que a Defensoría del Pueblo advertiu a população para o risco que são as lutas entre grupos armados pelo controlo territorial, e que incluem “ameaças, assassínios selectivos, recrutamento de menores, microtráfico”.

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