Papa lembra “conflitos esquecidos” da Síria e Iémen e apela ao diálogo na Ucrânia

Na sua tradicional mensagem de Natal, Francisco apelou ao diálogo para que “não se propaguem as metástases de um conflito gangrenado” na Ucrânia.

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O Papa Francisco proferiu a sua mensagem de Natal na Praça de São Pedro YARA NARDI/Reuters

O papa Francisco lembrou este sábado os conflitos “esquecidos” na Síria e no Iémen e apelou para o diálogo na Ucrânia durante a sua tradicional mensagem de Natal, a partir da Praça de São Pedro, no Vaticano, para o mundo.

Na sua mensagem de Natal, seguida pela bênção “Urbi et Orbi” (da cidade para todo o mundo), perante os fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, o papa apelou ao “diálogo” para que “não se propaguem as metástases de um conflito gangrenado” na Ucrânia, onde as tensões com os separatistas pró Rússia fazem antever uma escalada militar.

“Sejam a luz e o apoio desses que acreditam e trabalham, mesmo contra a corrente, em favor do reencontro e do diálogo, e não deixem que as metástases de um conflito gangrenado se propaguem na Ucrânia”, declarou.

Na sua mensagem, o papa lembrou “as tragédias imensas” e “esquecidas” que ocorrem na Síria e no Iémen, no meio de conflitos que fizeram “numerosas vítimas e um número incalculável de refugiados”.

“Ouvimos o grito das crianças a levantar-se no Iémen, onde uma terrível tragédia, esquecida por todos, decorre em silêncio há anos, matando pessoas todos os dias”, disse.

Como já vem fazendo nos últimos anos, em que enumera os principais dramas e conflitos no mundo, Francisco não esqueceu os problemas no Médio Oriente, a crise política na Birmânia e a crise económica no Líbano.

Por outro lado, desejou que nos povos do continente americano prevaleça “o respeito recíproco e o reconhecimento dos direitos e dos valores culturais de todos os seres humanos”.

Na sua mensagem de Natal, o papa Francisco desejou também que se encontrem soluções mais adequadas para a superação da pandemia e que as vacinas possam chegar às populações mais pobres.

Teve ainda uma palavra de conforto para “as vítimas da violência contra as mulheres que se difunde neste tempo de pandemia” e outra para “oferecer esperança às crianças e aos adolescentes [que são] vítimas de tormentos e de abusos”.

O sumo pontífice católico pediu ainda aos fiéis para que não sejam “indiferentes perante o drama dos emigrantes, dos deslocados e dos refugiados”.

“Os seus olhos pedem-nos que não olhemos para o lado, que não reneguemos a humanidade que nos une, que façamos nossas as suas histórias e não esqueçamos os seus dramas”, afirmou.

O papa concluiu o seu discurso pedindo que as pessoas se escutem mutuamente e dialoguem “como irmãos e irmãs”.

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