Cartas ao director

Fui servido por um robot

Mesa identificada - código QR - seleccionar restaurante - escolher no menu - pagar por Mbway, e passados uns minutos, todo lampeiro, atravessando pelo meio da confusão da Praça da Alimentação do Norteshopping o carrinho chega, cumprimenta e apresenta o pedido feito.

O trabalho humano está a ser substituído de forma vertiginosa por máquinas inteligentes. A produtividade cresceu de forma incrível, mas os horários de trabalho permanecem os mesmos e os salários reais são nos EUA inferiores aos de há 40 anos. Claro que boa parte da riqueza produzida fica para uma ínfima minoria, e o resto toma ansiolíticos.
A desigualdade é uma fatalidade da termodinâmica? Será que teremos necessidade de robots, para finalmente nos ajustarmos à realidade?

José Cavalheiro, Matosinhos

Não quero contribuir mais

Tirem-me da lista! Não quero contribuir mais para que Portugal tenha uma transportadora aérea que não passa de um constante sorvedouro de dinheiros públicos. Portanto, eu não quero saber da TAP, Tapezinha, ou coisíssima nenhuma que voe à minha custa, sem eu querer ou tenha meios para as manter.

Não quero, pois, contribuir para voos que nunca usei ou usarei. Assim, dos mais 3200 milhões de euros para o novo plano de reestruturação da referida transportadora, peço à Administração Pública que deduza a minha parte, pois estou farto de ser obrigado a contribuir para mais este peditório.

José Amaral, Vila Nova de Gaia

Conversas da treta

Na pré-campanha eleitoral das próximas legislativas marcadas para 30 de Janeiro começa a circular um argumento deveras falacioso, de acordo com o qual, estas eleições não se destinam a eleger o próximo primeiro-ministro, mas sim apenas os deputados no novo Parlamento.

Ainda que, à letra e tecnicamente, esta ilação não deixe de ser verdadeira, de facto, o próximo primeiro-ministro dependerá totalmente da composição do Parlamento que, por sua vez, resulta exclusivamente dos resultados eleitorais. Serão os votos de 30 de Janeiro que ditarão se será António Costa ou Rui Rio, o próximo primeiro-ministro. O resto, são conversas da treta.

Helder Pancadas, Sobreda

Ainda ontem de segunda-feira

Sou leitor assíduo da coluna de Miguel Esteves Cardoso, cujo humor geralmente me conforta. Desta vez MEC, ao pronunciar-se sobre Boris Johnson “got the wrong end of the stick”, como dizem os ingleses. O homem (Johnson) não tem posição política definitiva, muito menos planos identificáveis para além de exibir a sua patética figura. É um actor medíocre que debita o “script” que lhe é entregue por quem o comanda, por vezes a própria Carrie. Debita bem o “script” porque começou a aprender a mentir com uma cara séria logo em Eaton, aperfeiçoando o talento em Oxford. A história recente do continente americano demonstra que um actor razoável, mesmo pouco inteligente, tem grande potencial para a política que se pratica hoje.

José Ponte, Londres

Degradação da Imagem

Não sabemos quais as intenções ou a visão dos responsáveis deste país no que diz respeito ao combate ao desemprego, quando fomentam o empregam precário através da atribuição de licenças para determinada actividade. No que no que diz respeito à segurança privada, são conhecidas inúmeros casos de empresas que não respeitam os seus colaboradores, entupindo os canais judiciais com interpretações e malabarismos internos, numa aparente tentativa de passarem atestados de ignorância aos mesmos, e onde muitos destes preferem cruzar os braços em lugar de lutar, porque lutar dá trabalho.

Poderíamos pensar que a atribuição de novas licenças para a actividade de segurança privada teria como fim último o de cancelar o alvará de empresas que não cumprem a lei, o que seria uma forma de se começar a limpar a imagem do sector, o que, a não ser assim, só vem acentuar a má imagem do mesmo, onde certas empresas vão continuar a reger-se por leis pouco claras, criando empregos precários, onde os mais penalizados são aqueles que cumprem a sua função, zelando por pessoas e bens.

Américo Lourenço, Sines

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