Agente que baleou Daunte Wright condenada por homicídio

A agente diz que disparou uma arma real quando queria disparar uma Taser.

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Alguns manifestantes — incluindo alguns familiares da vítima — reagiram à decisão do júri EPA/NIKOLAS LIEPINS
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A ex-agente de polícia Kimberly Potter foi condenada por um júri no Minnesota pelo homicídio de Daunte Wright num subúrbio de Mineápolis.

Potter, 49 anos, disparou uma arma real contra Wright, 20 anos, numa operação de trânsito, mas disse que queria ter antes usado uma Taser, que raras vezes é letal. Wright ainda seguiu com o carro e teve um acidente pouco depois de ter sido baleado, mas a causa da morte foi o tiro no peito disparado à queima-roupa pela agente da polícia.

Potter vai ouvir a sentença a 18 de Fevereiro, enfrentando uma pena máxima de 15 anos.

A morte de Wright, em Abril, aconteceu apenas a 15 quilómetros do local onde decorria, na altura, o julgamento de Derek Chauvin, antigo polícia de Mineápolis, pela morte de George Floyd, em 2020. A morte de Floyd, com Chauvin a pôr-lhe um joelho no pescoço enquanto ele dizia “não consigo respirar”, foi registada em vídeo e levou a grandes protestos nos EUA contra o racismo e a brutalidade da polícia. Chauvin foi mais tarde condenado por homicídio.

A morte de Wright levou a várias noites de protesto em Mineápolis.

No caso de Potter, a câmara que a polícia usava gravou as acções, por isso os factos estavam estabelecidos. A maior dúvida era se o júri iria considerar que Potter tinha desrespeitado as leis relativas a homicídio involuntário ou considerar que tinha havido um incidente trágico pelo qual ela não era culpada. Vários especialistas em Direito previam que fosse absolvida.

Os 12 membros do júri estiveram quatro dias em deliberações antes de decidir pela condenação por dois crimes de assassínio involuntário, em primeiro grau, quando as acções de um acusado causam a morte de alguém em resultado de uma tentativa de cometer um crime menor, e em segundo grau, quando uma morte é provocada por negligência e por se correr num risco não justificado.

A mãe de Wright, Katie Bryant, disse que sentiu “todas as emoções que se possam imaginar” ao ouvir o veredicto. “A polícia do Minnesota mostrou que os polícias não vão continuar a puxar a sua arma em vez da sua Taser”, declarou.

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