Centro de convívio em Campanhã inaugurado há meio ano mantém-se encerrado

A autarquia diz desconhecer o motivo e afirma que este equipamento é da competência da junta de freguesia, que não prestou qualquer esclarecimento.

Foto
Equipamento continua encerrado Nelson Garrido

Passaram quase seis meses desde que foi inaugurado, mas o novo Centro de Convívio e Cultural das Areias, nascido das cinzas da antiga Associação Gabinete de Recreio de Azevedo de Campanhã, desenhado para ser ponto de encontro de gente e de colectividades de uma zona do Porto fora do roteiro da cidade, ainda continua encerrado. A câmara diz desconhecer o motivo para ainda não estar a funcionar por força do projecto ser da competência da junta de freguesia, que não prestou qualquer tipo de esclarecimento.

Em Abril de 2019, durante a apresentação da empreitada aos jornalistas, estimava-se que o centro de convívio já pudesse estar a funcionar em 2020. Mas, só em Junho deste ano é que as fitas do edifício recentemente renovado foram cortadas.

Nessa altura, as portas da casa idealizada para colmatar a falta de espaços de socialização e de equipamentos públicos numa zona deprimida da cidade abriram-se aos jornalistas para que se pudesse ver a obra acabada. Desde então, não voltaram a abrir ao público.

A ideia, dizia-se, era dar ao projecto um cunho idêntico ao da antiga associação fundada em 1908, que antes teve ali sede. Para assim ser, projectou-se para o rés-do-chão uma sala de convívio apoiada por bar com as características necessárias para os campanhenses poderem pôr a conversa em dia, ver televisão ou jogar cartas. A mesma divisão, que dispõe de palco, poderá também, sempre que necessário, vir a ser usada como sala de espectáculos, de forma a dar alguma folga ao auditório da junta de freguesia. O primeiro piso dividir-se-á em dois salões de reuniões para actividades associativas e uma esplanada com vista para a paisagem envolvente.

O projecto de arquitectura assinado por Jorge Garcia Pereira, também ele campanhense - ainda que este tenha sido o primeiro trabalho desenvolvido na freguesia onde também montou atelier -, foi concebido debaixo da ideia de polivalência e versatilidade, de forma a dar resposta às necessidades sociais da área em que nasce, desfasada da oferta cultural e de lazer existente em zonas mais centrais da cidade. O objectivo da junta ao apostar nesta obra, para a qual canalizou os 100 mil euros do orçamento participativo colaborativo entregues pela câmara de Rui Moreira, foi desde o início ser também sede do associativismo, além de centro de convívio e sala de espectáculos.

Só que o projecto ainda não arrancou, tendo essa circunstância sido inclusivamente notada pela vereadora comunista na oposição, Ilda Figueiredo, que, após uma visita a Azevedo com a CDU, fez seguir para a câmara um requerimento que dá nota de algumas questões sociais e estruturais por resolver naquele lugar de Campanhã. Entre vários pontos elencados no documento, questiona-se o motivo para o Centro de Convívio e Cultural das Areias ainda não estar a funcionar.

Ao PÚBLICO, a autarquia afirma desconhecer também o porquê de as portas do espaço ainda se manterem encerradas, remetendo qualquer esclarecimento para a junta de freguesia liderada pelo socialista Ernesto Santos - apoiado por Rui Moreira nas últimas eleições autárquicas de final de Setembro - a quem atribui a competência do projecto. Após contacto, não chegou qualquer resposta.

Sugerir correcção
Comentar