Empreender no digital: as dicas de Catarina Temporão para criar um negócio

O P3 esteve em directo no Instagram com Catarina Temporão, empreendedora e mentora de empreendedores, para dar respostas e dicas úteis sobre como criar ou potenciar um negócio no digital.

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Firmbee/Unsplash

Para avançar com uma ideia de negócio que estava guardada na gaveta, assistir a uma conversa no Instagram do P3 pode ser o empurrão que faltava. Na sessão transmitida em directo – e que pode ser vista aqui –, Catarina Temporão, empreendedora e mentora de empreendedores, deu dicas úteis para desenvolver um negócio online. Aqui ficam os conselhos que resultaram da conversa “Como usar o digital para criar ou potenciar um negócio?”.

Ser empreendedor antes de empreender

Antes de avançar com uma ideia, é importante “trabalhar o próprio criador do negócio”, defende Catarina Temporão. O primeiro passo é “entender os motivos que levam à criação do negócio, quais as habilidades, experiências e conhecimentos que podem ser aplicados e de que forma esse projecto pode adaptar-se à vida pessoal”. Tudo com o propósito de alinhar o modelo de negócio com as prioridades pessoais e profissionais do empreendedor, antes de passar para um segundo objectivo: tornar o negócio rentável.

O recurso a ferramentas – como, por exemplo, a japonesa Ikigai – pode ajudar a definir aptidões, interesses e forças e a identificar o propósito ou missão de vida. Factores considerados cruciais para perceber o tipo de negócio que se quer construir. “A grande dica é começarmos a questionar-nos sobre aquilo que vamos querer daquele negócio”, afirma Catarina, acrescentando que “o alinhamento entre a vida que o empreendedor pretende ter e o negócio que cria é um passo fundamental”.

Quem é o potencial cliente do meu negócio?

Se pensar nas prioridades de cada um é um passo determinante para criar um negócio sustentável, traçar “um perfil claro do cliente” é quase obrigatório. E, segundo Catarina Temporão, o entendimento de quem são os beneficiários do negócio deve acontecer antes de definir os serviços ou produtos a colocar no mercado, para “evitar criar bens ou serviços que as pessoas não precisam”. Neste ponto, ouvir quem pode estar interessado ou quem tem mais probabilidade de comprar e beneficiar do produto ou serviço pode ser vantajoso.

Com um perfil do cliente já definido, está na altura de apresentar a ideia no mercado. Lançar um site, fazer campanhas de anúncios no Google ou utilizar as redes sociais são possíveis meios para divulgar o negócio, bem como para comunicar e interagir com potenciais clientes. Só assim será possível perceber a receptividade e a existência de interesse por parte do público-alvo e, consequentemente, validar ou não o negócio idealizado. E, mesmo que os primeiros resultados não sejam os desejados, há tempo para perceber as causas. Será que a comunicação não está a ser bem-feita? Será que o tipo de serviço ou produto criado não está alinhado com o perfil do cliente? Será que é preciso mudar o perfil do cliente? “Tudo isto pode acontecer”, diz Catarina. E, todavia, há tempo para fazer ajustes.

Como posso potenciar a ideia de negócio?

Trabalhar a comunicação é essencial para obter um retorno financeiro mais imediato, mas também é importante para interagir e criar uma relação de proximidade com o público-alvo do negócio. Falar directamente para o cliente, com a mesma linguagem e empatia, e alinhar a comunicação com os desafios que este enfrenta, bem como com as soluções que procura, são a “melhor estratégia” para conseguir um maior envolvimento com o negócio. Por um lado, deve-se ouvir as suas opiniões e, por outro lado, começar a ganhar a sua confiança com consistência, coerência e uma comunicação clara acerca do que é o negócio. Além disso, pode-se proporcionar uma experiência que leve o cliente a pensar que é com aquela marca que quer criar uma relação. Catarina sublinha que “a comunicação vai ter um papel fundamental para que o negócio comece a ter posicionamento e visibilidade no mercado, principalmente no digital”.

Já o posicionamento pretendido no negócio apenas traz resultados práticos se for adoptada uma estratégia persuasiva. Através da comunicação, vamos procurar criar um ambiente de compra e levar o cliente a uma acção. Pode-se aplicar a premissa que Catarina gosta de partilhar com os empreendedores: “vender sem parecer que estamos a vender”. A escrita persuasiva, juntamente com outros conteúdos nas redes sociais e, se possível, algum investimento em publicidade, acelera as vendas dos produtos ou serviços prestados. O próximo passo é fidelizar clientes. “Proporcionar uma boa experiência, um bom serviço ou um bom produto e fazê-lo sentir-se especial, surpreendendo com algo diferente daquilo que estaria à espera, vai acabar por fidelizar o cliente porque percebe que não somos apenas mais um a fazer aquilo que centenas de outros fazem”, garante.

O que determina o sucesso de um negócio?

As dicas mencionadas vão ajudar-te a descobrir a ideia de negócio mais promissora e a dar os primeiros passos no empreendedorismo digital. Mas podes ainda ler livros, inscrever-te em cursos e mentorias ou fazer networking para obteres ferramentas que permitam estruturar o negócio antes de lançá-lo no mercado. Conversar com pessoas já com experiência nos seus próprios negócios pode ser um contributo útil. Já o sucesso do teu projecto vai ser determinado pelas prioridades definidas aquando da sua criação. “Devemos ter presente por que razão começamos aquele negócio e se o mesmo está alinhado com o que queremos para a nossa própria vida. Daí vem o sucesso todo”, considera Catarina. Ao longo da conversa, a comunicadora e empreendedora partilhou ainda aquele que considera ser “o grande segredo para criar um negócio ou ser empreendedor”. E tudo se resume a uma palavra: “descomplicar”.

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