Preços das casas voltam a acelerar e crescem 10% no terceiro trimestre

O número de casas vendidas e o montante total transaccionado dispararam no terceiro trimestre deste ano, ultrapassando largamente os valores pré-pandemia.

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Ana Marques Maia

Depois de uma primeira metade do ano de abrandamento, o crescimento dos preços das casas voltou a acelerar no terceiro trimestre deste ano, para quase 10%. Isto num período em que o número de casas vendidas e o montante total transaccionado dispararam, ultrapassando largamente os valores pré-pandemia.

Os dados foram divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que, no terceiro trimestre de 2021, os preços das casas aumentaram 9,9% face a igual período do ano passado. Regista-se, assim, uma forte aceleração relativamente ao primeiro e ao segundo trimestres do ano, quando os preços das casas aumentaram, respectivamente, 5,2% e 6,6%.

Para este movimento contribuíram tanto as habitações novas como as existentes. No primeiro caso, verificou-se um aumento de 9,5% dos preços, enquanto nas habitações existentes se registou uma subida de 9,9%.

Com este comportamento no terceiro trimestre, a taxa de variação média anual do índice de preços da habitação fixou-se em 7,6% nesse período, um aumento de 0,7 pontos percentuais em relação à taxa de variação registada no trimestre anterior. Foi a primeira vez, nos últimos cinco trimestres, que se registou uma aceleração desta taxa, salienta o INE.

No período em análise, venderam-se 56.464 casas, por um valor total de 9362 milhões de euros. Feitas as contas, no conjunto de Janeiro a Setembro deste ano, foram transaccionadas 153.076 casas, por um montante acumulado de 24.857 milhões de euros, números que correspondem a aumentos de 25% e 33%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado. Também na comparação ao período pré-pandemia a evolução é significativa: o número de casas vendidas aumentou 15% face aos primeiros nove meses de 2019, enquanto o montante transaccionado cresceu outros 33%.

Procura dispara no Alentejo e na Madeira

O aumento dos preços e do número de casas transaccionadas foi transversal a todo o país, registando-se taxas de variação aceleradas em todas as regiões analisadas pelo INE. O Alentejo e a Madeira destacam-se, com crescimentos próximos dos 40% nas vendas.

Ao todo, no conjunto de Janeiro a Setembro, venderam-se 10.936 casas na região do Alentejo, por um montante total de 1085 milhões de euros, números que correspondem a aumentos de 35% e de 44,5%, respectivamente, face a igual período do ano passado. Já na Região Autónoma da Madeira, venderam-se 3108 casas neste período, por um valor conjunto superior a 496 milhões de euros, o que representa subidas de 38,6% e 48,3%, respectivamente, em relação a 2020.

A Área Metropolitana de Lisboa, por seu lado, mantém-se como a principal região do país, respondendo por quase um terço das casas vendidas e perto de metade do montante transaccionado. Nos primeiros nove meses do ano, venderam-se 50.417 casas nesta região, por um total de 11.273 milhões de euros, números que equivalem a subidas de 22% e 31% em relação ao ano passado.

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