O soberanismo nacional matará a UE

É verdade que uma “federação europeia” é um sonho de lunáticos. Mas o que sobraria de uma União Europeia que desistisse de impor valores civilizacionais como são o Estado de Direito e os direitos humanos?

Na cabeça dos seus pais-fundadores, com destaque para Robert Schuman, bailava a ideia de romper com o “sistema de Westfalia” inaugurado em 1648 no termo da Guerra dos Trinta Anos. Este “sistema” liquidara os domínios imperiais da Europa subordinados a fidelidades religiosas e abrira espaço para que se formasse um sistema laico de Estados-nações independentes. Nenhum compromisso os ligava naquilo que era visto e se definia latamente como a Cristandade. Este sistema revelou-se uma fonte de rivalidades e de guerras nada cristãs entre os Estados ocupantes da Cristandade, das quais as duas guerras do século XX ainda podem ser vistas como um prolongamento. A alternativa estava então numa Europa unida, unida voluntariamente, sim, mas em que os Estados, uma vez consumada a adesão, assumiam uma série de compromissos que culminaram no euro posto a circular em 2000.

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