Covid-19: EMA diz que ainda é cedo para saber se é necessário adaptar vacinas

A directora da EMA referiu que, com cinco vacinas já aprovadas, a Europa está “numa posição muito mais forte do que há um ano”.

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A directora da EMA apontou que a agência está “preparada, se for caso disso, para alterar as vacinas” de modo a adaptá-las a novas variantes Dado Ruvic/Reuters

A directora da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), Emer Cooke​, afirmou esta terça-feira que ainda é cedo para saber se é necessário adaptar as actuais vacinas contra a covid-19 à Ómicron, ou outras variantes que surjam.

Numa conferência de imprensa que serviu para fazer também o balanço do ano, Emer Cooke afirmou que uma das prioridades da agência nesta fase da pandemia é estar preparada para a necessidade de adaptar as vacinas existentes, mas ressalvou que “esse ainda não é o caso”. Sublinhou ainda que “todos os dados” disponíveis apontam para que as vacinas actualmente administradas na União Europeia protegem contra morte, doença grave ou hospitalização.

Apontando que faz esta terça-feira precisamente um ano que a EMA aprovou a primeira vacina contra a covid-19 na União Europeia – a da BioNTech-Pfizer, que recebeu luz verde da agência a 21 de Dezembro de 2020 –, Emer Cooke assumiu que, por essa altura, “não esperava que, passado um ano, ainda houvesse pandemia”, mas constatou que “a situação epidemiológica continua muito preocupante”, com um aumento considerável das infecções. Contudo, salientou, com cinco vacinas já aprovadas – na segunda-feira a EMA deu parecer positivo à vacina Nuvaxovid, desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Novavax – e seis tratamentos, a Europa está “numa posição muito mais forte do que há um ano”, pois dispõe de “muitas mais ferramentas” para fazer face à pandemia de covid-19.

A directora executiva da EMA apontou então que, do ponto de vista de regulador, a agência está “preparada, se for caso disso, para alterar as vacinas” de modo a adaptá-las a novas variantes, comentando que não constitui qualquer surpresa o surgimento de novas variantes, pois “os vírus sofrem mutações”. “Embora estejamos a assistir a uma transmissão crescente do vírus, todos os dados disponíveis mostram que as actuais vacinas ajudam a proteger de morte, doença grave e hospitalização”, disse, reiterando que é fundamental, por isso, prosseguir as campanhas de vacinação e, designadamente, a administração das doses de reforço.

Quanto à possibilidade de a composição das vacinas ter de ser alterada para fazer face à Ómicron, a variante que em Janeiro já deverá ser dominante na União Europeia, Emer Cooke afirmou que a EMA ainda não tem resposta. “Ainda não há resposta à questão de saber se vamos precisar de uma vacina adaptada, com uma composição diferentes, para lutar contra esta variante ou qualquer outra que surja. Precisamos de reunir mais dados relativamente ao impacto da variante nas actuais vacinas”, disse. “Há várias questões ainda em aberto. Mas o que sabemos é que não vamos recomeçar do zero”, insistiu.

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