Catarina Martins diz que no congresso do PSD em vez de propostas houve “mercado de favores eleitorais”

Em declarações feitas à margem de uma visita à Universidade de Évora, a coordenadora do Bloco de Esquerda acusou o PSD de, no seu congresso, ter deixado de parte a discussão de propostas concretas para o país.

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Líder bloquista apelou a que as diferentes forças políticas se concentrem nas “questões concretas do país” Nuno Ferreira Santos

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, acusou esta segunda-feira o PSD de promover no seu congresso “uma espécie de proposta de mercado de favores eleitorais”, em vez de apresentar soluções para os problemas do país.

“Não se ouviu uma única proposta para o país, mas uma espécie de proposta de mercado de favores eleitoral. O PSD quer que o PS os apoie e promete apoiar o PS”, afirmou a líder bloquista, em declarações aos jornalistas, em Évora.

Questionada sobre o congresso do PSD, realizado no passado fim-de-semana, Catarina Martins disse que o partido de Rui Rio quer que deixe de “haver eleições sobre projectos” e que exista “o mercado de favores do Bloco Central para que tudo fique na mesma”.

“Eu diria que é o grau zero da política. Nós precisamos sim de resolver os problemas da saúde, do trabalho e da habitação, que são [sectores] fundamentais no nosso país e é para isso que o Bloco de Esquerda lutará todos os dias”, vincou.

A coordenadora dos bloquistas insistiu que não escutou, no congresso social-democrata, “uma ideia que resolvesse um problema do país” e que “tudo o que ouviu” foi o PSD a prometer fazer um favor ao PS, se os socialistas também o fizerem. “É a ambição de poder sem nenhum projecto para o país”, sublinhou Catarina Martins, considerando que “o país está farto destes jogos de ambição de poder”.

Para a líder do BE, que falava aos jornalistas depois de visitar um laboratório científico da Universidade de Évora, “os jogos de favores do Bloco Central, com ambição de poder para o partido e sem nenhum projecto para o país, é o pior que a política pode ter”. “É preciso debater os projectos para o país. Como é que vamos garantir salários, a saúde, a educação e a habitação? É para isso que o Bloco de Esquerda está aqui”, referiu.

Catarina Martins notou igualmente que o PS, nas suas iniciativas, “também só falou da sua ambição de maioria absoluta”, defendendo que “era muito bom” os partidos começassem a falar sobre “questões concretas do país”.

O 39.º congresso do PSD começou na sexta-feira e terminou no domingo em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro.

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