Cerca de um terço das crianças entre os nove e os 11 anos foram vacinadas contra a covid-19

No sábado e domingo foram vacinadas quase 89 mil crianças entre os nove e os 11 anos, segundo os dados provisórios que vão ser actualizados esta segunda-feira.

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Daniel Rocha

No primeiro fim-de-semana dedicado em exclusivo à vacinação pediátrica em Portugal, quase 89 mil crianças entre os nove e os 11 anos foram vacinadas contra a covid-19, de acordo com os dados provisórios adiantados neste domingo pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e pela Direcção-Geral da Saúde. O número, que será actualizado nesta segunda-feira, representa cerca de um terço do universo total deste grupo etário.

Até às 18h de domingo, tinham sido vacinadas “cerca de 88 mil e 800 crianças”, quase mais 12 mil do que aquelas que tinham feito o auto-agendamento online para o fim-de-semana, uma vez que no sábado à tarde os centros de vacinação de todo o país funcionaram na modalidade de “casa aberta”, sem necessidade de marcação prévia. As que não compareceram neste fim-de-semana “vão ter oportunidade de agendar a vacinação para os próximos dias dedicados à vacinação pediátrica”, lê-se no comunicado conjunto.

A vacinação das crianças — que é feita com duas doses da vacina da Pfizer-BioNTech, a única até à data aprovada para este grupo etário prosseguirá em Janeiro, de acordo com a calendarização já anunciada. O que está previsto, caso não haja alterações, é que as crianças dos sete aos nove anos sejam vacinadas entre 6 e 9 de Janeiro próximos. Seguem-se as que têm seis e sete anos (15 e 16 de Janeiro) e, finalmente, as de cinco anos (22 e 23 de Janeiro).

As segundas doses serão dadas entre 5 de Fevereiro e 13 de Março, uma vez que o intervalo que a Comissão Técnica de Vacinação recomendou é de seis a oito semanas. Os menores que já estiveram infectados têm de aguardar pelo menos 90 dias após o diagnóstico da doença para receber a primeira dose da vacina.

As crianças com comorbilidades (outras doenças de risco associado a covid-19) têm prioridade, independentemente da idade, desde que tenham prescrição electrónica médica, bastando que se se dirijam aos centros de vacinação.

Antes ainda se serem conhecidos os dados sobre a adesão à vacinação, a Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) veio sublinhar a eficácia e segurança das vacinas contra a covid-19 e recomendar aos pais que se aconselhem junto de profissionais de saúde e não através das redes sociais.

“Os profissionais de saúde são as pessoas que poderão ajudar melhor a esclarecer as dúvidas” dos progenitores, enfatiza a SPP, que considera natural que “os pais tenham dúvidas sobre se devem ou não administrar a vacina aos seus filhos, dado tratar-se de uma vacina recente e, sobretudo, pelos comentários, maioritariamente desapropriados, que circulam nas redes sociais”.

“As crianças têm sido fortemente prejudicadas na pandemia devido aos confinamentos sucessivos que afectam seriamente a sua aprendizagem e saúde mental e aumentam o risco de pobreza e de maus-tratos”, lê-se no texto em que a SPP não ignora que as crianças são muitas vezes assintomáticas.

A Sociedade Portuguesa de Pediatria lembrou ainda que “actualmente já receberam a primeira dose de vacina mais de cinco milhões de crianças na faixa etária dos cinco aos 11 anos em todo o mundo e não foram reportados efeitos adversos graves”, com os reguladores internacionais a manterem a vigilância sobre eventuais efeitos raros que possam surgir. com Lusa

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