FC Porto, uma orquestra sem maestro vai a jogo em Vizela

“Dragões” terão de lidar com baixas na defesa, diante de um adversário que tem mostrado um futebol positivo na Liga.

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EPA/JOSE COELHO

Vivem-se dias de castigos com meses de atraso no futebol português e isso explica por que razão o FC Porto vai estar hoje, em Vizela (19h, SportTV), órfão do treinador principal. Com ou sem Sérgio Conceição no banco o objectivo é o mesmo: ganhar, para retomar a liderança da Liga, entretanto arrebatada a título individual pelo Sporting.

O Vizela regressou nesta temporada ao escalão principal e, para além de um futebol atractivo, surge nesta 15.ª jornada com alguma tranquilidade na tabela. De resto, se dúvidas houvesse sobre a competitividade da equipa, bastaria recordar a visita do Benfica - os “encarnados” sofreram até aos últimos segundos, alcançando o triunfo já no último lance do tempo de compensação.

Num mês de calendário apertado, o FC Porto chega a esta partida com uma gestão cuidada da equipa. No encontro de meio da semana para a Taça da Liga, apenas para cumprir calendário (triunfo por 1-0 sobre o Rio Ave), os “dragões” fizeram uma revolução no “onze”, que lhes permitiu pouparem para este domingo as principais unidades.

Sem a habitual conferência de imprensa de antevisão, fruto do castigo de 15 dias aplicado a Sérgio Conceição (que acabará por afastar o técnico do clássico com o Benfica, o mesmo acontecendo no banco do rival), torna-se mais difícil antecipar as escolhas, mas a equipa técnica dos “azuis e brancos” enfrentará um problema bicudo no eixo da defesa. Ontem, Pepe e Marcano constavam do boletim clínico (juntamente com o lateral Wendell e Evanilson), tendo sido submetidos apenas a tratamento, enquanto o restante plantel realizou trabalho de campo.

Mbemba e Fábio Cardoso poderão, assim, tomar conta do centro da defensiva “azul e branca”, enquanto no ataque, a confirmar-se a ausência do brasileiro, Toni Martínez é o mais sério candidato a ocupar a vaga, caso a equipa volte a apresentar-se no sistema que mais tem utilizado na era Sérgio Conceição, o 4x4x2.

O Vizela, porém, estará mais preocupado com a qualidade colectiva do adversário e não apenas com a valia individual - ainda que talentos como Luis Díaz possam sempre desmontar qualquer organização. Álvaro Pacheco, treinador dos minhotos, promete uma equipa abnegada e sem medo, preparada para enfrentar as dificuldades.

“Acredito que, a jogarmos em casa, junto dos nossos adeptos, seremos uma equipa corajosa, que vai tentar discutir os três pontos. Sabemos que o adversário nos vai criar dificuldades, porque é uma equipa forte e bem orientada, mas antevejo um jogo com golos, interessante a nível estratégico, porque são dois conjuntos com a baliza nos horizontes”, analisou.

Instado a comentar a ausência do colega no banco contrário, Álvaro Pacheco foi elucidativo. “O espectáculo só faz sentido quando todos os intervenientes estão disponíveis para o realizar. Quero ir a um espectáculo onde esteja o maestro da orquestra. Se eu pudesse, o Sérgio estaria no banco”, confessou.

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