Benfica antecipou Natal frente ao Marítimo

“Encarnados” conseguiram maior goleada da época na Luz, um 7-1 que tirou partido da ousadia do Marítimo e da inspiração de Darwin e Rafa.

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Reuters/PEDRO NUNES

Ainda há um jogo com o FC Porto, relativo à Taça de Portugal, antes do dia de Natal, mas pode dizer-se que, no campeonato, o Benfica antecipou neste domingo a quadra festiva. Diante do Marítimo, na 15.ª jornada, os “encarnados” conseguiram a maior goleada da época na Liga (7-1), em casa, num verdadeiro recital ofensivo que teve Rafa e Darwin como maestros.

Preparar terreno para esta versão do Benfica explorar os ataques rápidos é um convite ao desastre. E se, no plano teórico, é preciso reconhecer coragem ao Marítimo, que quis pressionar alto e condicionar com muitas unidades a primeira fase de construção do adversário, na prática o plano de jogo idealizado por Vasco Seabra foi desastroso para as aspirações dos insulares.

Sem bola dispostos em 5x3x2, os madeirenses cometeram o pecado de manter uma distância intersectorial exagerada. A espaços, ainda conseguiram dificultar a saída contrária, mas em muitas das ocasiões em que o Benfica se libertou das amarras teve espaço e tempo para acelerar. Foi assim aos 2’, com Rafa a romper pelo corredor central para oferecer o 1-0 a Darwin, e voltou a ser assim aos 19’, numa segunda vaga de ataque após uma aceleração, com João Mário a encontrar a cabeça de Darwin, ao segundo poste.

Nessa altura, os “encarnados” até tinham menos posse de bola que o adversário, mas revelavam-se incisivos sempre que a recuperavam. E o 3-0 surgiu com relativa naturalidade, fruto de mais uma arrancada de Rafa, com direito a assistência para remate imparável de Gilberto.

Eram várias as rotas experimentadas pelas “águias” para chegar à baliza de Paulo Victor, mas foi sobretudo pelos corredores central e direito que mais danos causaram. E a troca de Henrique (veloz com bola, mas pouco rigoroso sem ela) por Vidigal, após o intervalo, também não teve o condão de resolver o problema do Marítimo. Até porque a entrada no segundo tempo foi, também ela, em falso: Yaremchuk assistiu, Rafa embalou para a baliza e concluiu a jogada com um chapéu.

A qualidade ofensiva do Benfica estava a reduzir o adversário a escombros e Vasco Seabra voltou a mexer perto dos 60 minutos, lançando dois jogadores (Alipour e Pelágio) que estiveram na génese do golo de honra (81’). Só que, nessa altura, já Yaremchuk, ansioso por marcar, tinha juntado o seu nome à lista de goleadores, fruto de mais um passe decisivo do inevitável Rafa.

Começou, então, a gestão de João de Deus no banco, a pensar no clássico com o FC Porto, na quinta-feira. Taarabt e Morato numa primeira vaga de substituições (o defesa esquerdino até se posicionou mais sobre a direita, com André Almeida a ocupar o corredor contrário), Seferovic e Gonçalo Ramos na segunda. E esta dupla de avançados ainda foi a tempo de deixar marca na partida, reforçando os índices de confiança.

Aos 86’, Seferovic foi solicitado na profundidade e cruzou atrasado para um remate de primeira de Gonçalo Ramos; aos 90+1’ foi o suíço a fechar o resultado, com um cabeceamento que deu o melhor seguimento a uma assistência de... Rafa, pois claro. Uma demonstração de poderio ofensivo, num contexto já de completo desnorte de um Marítimo que foi forçado desde cedo a ir atrás do resultado e que acabou por permitir mais espaço entre linhas do que seria recomendável.

Contas feitas, este 7-1 representa a melhor prestação do Benfica em casa na presente temporada, ultrapassando o 6-1 infligido ao Sp. Braga, e a segunda melhor no total, superada apenas pelo 0-7 frente ao Belenenses SAD, mas em circunstâncias de acentuada desigualdade, naquele que foi o episódio mais negro da presente época desportiva. Na prática, traduz também um período de tremendo acerto na finalização, que mantém Darwin no topo da lista dos melhores marcadores e eleva o total de golos da equipa, na Liga, para os 46 — uma média superior a três por jogo.

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