Pedro Rodrigues apela a que Rui Rio rejeite acordo parlamentar com PS

A dois dias do arranque do congresso do PSD, o apoiante de Paulo Rangel escreve carta aberta ao líder, Rui Rio.

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Pedro Rodrigues foi apoiante de Rio em 2018 mas dois anos depois entrou em conflito com o líder do PSD Rui Gaudencio

Pedro Rodrigues, um dos destacados apoiantes de Paulo Rangel nas últimas directas, apela ao líder do PSD para que apresente um projecto político alternativo ao PS, “negando qualquer possibilidade de coligação ou acordo parlamentar com o PS”. A posição é assumida em carta aberta a Rui Rio e divulgada esta quarta-feira a dois dias do arranque do congresso do PSD.

“Estou em crer que o PSD, afirmando a sua identidade e o seu projecto político se encontra em plenas condições de vencer as próximas eleições”, escreve o ainda deputado, defendendo que “um partido que cumpre o sonho dos seus fundadores nunca poderá ser uma muleta do PS” e que, pelo contrário, “tem de afirmar uma alternativa clara ao PS”.

Rui Rio reiterou ontem, na entrevista à RTP, a necessidade de os dois maiores partidos estarem disponíveis para assegurar a governabilidade.

“O que entendo é que, não havendo maioria absoluta, que é o mais normal num Parlamento fragmentado, os que perdem devem ter disponibilidade para viabilizar um Governo, devem estar disponíveis para negociar”, afirmou.

Essa negociação, defendeu, tem de ser feita “com equilíbrio”, sem “exigir o impossível” e sem desvirtuar o programa de quem ganhou.

Pedro Rodrigues foi apoiante de Rui Rio em 2018, mas entrou em ruptura com o líder do PSD em 2020, discordando da forma como o líder do PSD geria o grupo parlamentar. O deputado eleito em 2019, que agora não está nas listas, tem assumido ser contra o posicionamento de Rio quanto ao PS e à forma de fazer oposição.

Na carta aberta divulgada esta quarta-feira, intitulada manifesto pela identidade do PSD, o antigo líder da JSD defende que Rui Rio deve apresentar-se às eleições legislativas com “um projecto que, sem ambiguidades, assuma a identidade do PSD como um partido humanista e reformista de centro-direita, e não como um partido de identidade e valores desconhecidos”.

Pedro Rodrigues considera que as recentes eleições directas, disputadas com Paulo Rangel, “contribuíram de forma relevante para o reforço da legitimação” de Rui Rio, e eleva a fasquia para o líder eleito ao considerar que esse reforço cria “condições para que no próximo dia 30 de Janeiro o PSD vença as próximas eleições legislativas e lidere uma nova maioria reformista em Portugal”.

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