Subida de estrangeiros em Outubro dá sinais de recuperação do turismo

Alentejo e Madeira conseguiram ter em Outubro uma subida em dormidas e receitas face a idêntico período de 2019, de acordo com os dados do INE.

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Região de Lisboa é a que regista maior diferença face a 2019 Rui Gaudencio

O mês de Outubro deu sinais positivos ao sector do turismo, com os alojamentos a subir os proveitos totais para os 332,8 milhões de euros, valor que representa um “salto” de 169% em termos homólogos e supera mesmo o encaixe de Julho (foi o terceiro melhor mês, depois de Agosto e Setembro).

De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo INE, o número de turistas estrangeiros (não residentes) mais que triplicou, para 1,13 milhões, e superou os turistas nacionais (um milhão), beneficiando do alívio nas restrições às viagens - algo que fica mais em risco com a variante Ómicron.

Nas dormidas, refere o INE, o mercado interno contribuiu com dois milhões de dormidas e aumentou 65,4%, “continuando a superar os níveis do período homólogo de 2019 (+28,2%)”. Já as dormidas de não residentes totalizaram 3,5 milhões, “o valor mais elevado desde Outubro de 2019, tendo triplicado face a Outubro de 2020 (+216,6%), mas decresceram 26,7% face a Outubro de 2019”.

Em Outubro deste ano, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) foi de 42,7 euros, muito acima dos 17,6 euros de 2020, mas abaixo de 2019, quando o indicador se situou nos 50,2 euros.

Os dados têm sido sempre negativos quando as comparações são feitas com 2019, tornando evidente o impacto da pandemia, mas, no mês em análise, há dois casos que se destacam pela positiva, com o Alentejo e a Madeira a conseguirem crescimentos face a Outubro de 2019. Assim, o Alentejo teve uma subida de 14,9% nas dormidas e de 13% nos proveitos (para 16,7 milhões de euros), e a Madeira subiu 3,9% nas dormidas e 12% nos proveitos (para 37,5 milhões).

Se a análise for feita a dez meses, a queda face a 2019 (ano em que foram batidos novos recordes no sector) é generalizada, cabendo à região de Lisboa e ao Norte as maiores diferenças nos proveitos totais: -69%, equivalente a 823 milhões, no primeiro caso; e -50%, ou 281 milhões, no segundo caso.

O mercado britânico voltou a liderar a tabela das dormidas de turistas estrangeiros, com 676 mil (19% do total), seguindo-se o alemão, o espanhol e o francês. Na sexta posição, ficou o mercado brasileiro, após os Países Baixos, mas já com sinais de recuperação após a normalização das ligações aéreas com Portugal. Assim, em Outubro as dormidas de turistas brasileiros chegaram às 121 mil, valor que supera a soma dos dois meses anteriores.

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