A transformação da China em grande potência marítima

Não é um acaso que, desde que existe globalização, a potência dominante é marítima. A supremacia dos portos chineses é não só indiscutível como impressiona pela sua esmagadora dimensão.

1. Nos últimos 500 anos as maiores potências marítimas foram sempre ocidentais. Portugueses, espanhóis, holandeses, franceses e britânicos tiveram, em momentos mais breves ou mais longos, o domínio dos mares. A canção do século XVIII de Thomas Arne, onde foi adaptado um texto do poeta James Thomson, Rule, Britannia!, espelha a importância histórica do poder naval e o seu profundo simbolismo nacional(ista): Rule, Britannia! rule the waves / Britons never will be slaves (“Reina, Grã-Bretanha! Reina sobre os oceanos / Os Britânicos nunca serão escravos”). No século XX, a partir da II Guerra Mundial, o poder naval transferiu-se largamente para os EUA que se tornaram na maior potência marítima, a única com capacidade de intervenção global. Mas este continuou dentro do Ocidente e no Atlântico. Na segunda década do século XXI começou a ganhar contornos uma outra transformação: a passagem do poder marítimo do Ocidente Atlântico (EUA) para a Ásia-Pacífico (China). A ser assim, terá enormes consequências económicas e geopolíticas.

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