Constança Quinteiro, uma aventura musical que resultou em Aventurina

Dos Medvsa a uma carreira a solo, Constança Quinteiro tem um disco que irá apresentar ao vivo em 2022. Chama-se Aventurina e nasceu de uma verdadeira aventura, como ela conta.

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Constança Quinteiro JOANNA CORREIA

Constança Quinteiro tem 30 anos e o seu disco de estreia, Aventurina, nasceu de uma aventura. O comunicado de imprensa que anunciava o disco resumiu-a assim: “Não era realizada pessoal e profissionalmente e decidiu mudar drasticamente de vida. Despediu-se, encontrou o amor, focou-se na música, mudou-se para Londres, ganhou vontade e coragem para lançar um projecto a solo, a sua casa passou a ser uma caravana, engravidou e agora lança o seu primeiro EP.” Cinco canções, corolário de um caminho que começou antes.

Nascida em Cascais, em 30 de Janeiro de 1991, Constança cresceu em Sesimbra. O pai ouvia rock e blues, a avó ouvia fado, mas não havia ninguém na família que fosse músico ou “voltado para as artes”, ela foi a primeira. “Na minha adolescência, o que me fascinava mais era a soul e o rhythm’n’blues”, diz Constança Quinteiro ao PÚBLICO. “Mais tarde, quando estive em Londres, comecei a interessar-me pelo R&B alternativo, sobretudo o que se faz em Inglaterra, e, com a maior projecção dos músicos lusófonos, comecei a ouvir muito Dino d’Santiago, Mayra Andrade, e também mais música brasileira.”

Por sua iniciativa, aos 7, 8 anos, teve aulas de música, onde começou a aprender a tocar guitarra e piano. Mas depois apareceram-lhe outras coisas para fazer e, ao fim de três anos, largou as aulas. “A música sempre esteve presente na minha vida como ouvinte, mas nessa altura deixei os estudos. Só quando cheguei ao 12.º ano, no secundário, é que pensei: porque não voltar a aprender música? Comprei uma guitarra acústica, tinha algumas noções e recomecei a partir daí, como autodidacta.” Pelo caminho, teve aulas particulares de guitarra e piano, e ia tocando, em casa. Mas estava a estudar ciências da comunicação e só quando fez um mestrado em marketing é que lhe surgiu a oportunidade de fazer um curso no Conservatório. E isso levou-a estudar mais. “O curso era mais voltado para o pop rock, tinha um pouco de jazz e deu-me outras noções, outro tipo de experiência.”

Londres, ida com volta

Quando chegou a 2017, diz que “já tinha composto algumas canções dado meia-dúzia de concertos na zona de Sesimbra”: “Entretanto juntei-me com um amigo meu e formámos uma banda chamada Medvsa [leia-se Medusa, mas tem um V em vez do U]. Lançámos um EP, fomos finalistas do EDP Live Bands em 2018. Mas eu não estava 100 por cento satisfeita.” Dá então uma volta na sua vida, deixa o emprego que tinha (em marketing) e muda-se para Londres com o namorado. “Estivemos lá cerca de dois anos. Fiz dois cursos, um mais ligado ao canto e outro à composição e a produção. Ainda trabalhei como free lancer em coisas de marketing, porque uma pessoa tem de ganhar dinheiro, mas o meu ganha-pão em Londres era trabalhar num restaurante, em part-time.” E foi num estúdio em Londres que começou a gravar o seu disco, com produção de Miguel Ferrador, que estava também em Londres e já tinha produzido o EP dos Medvsa.

Ainda lá estaria, se não fosse a covid-19: “Em 2020 engravidei e o plano era que a minha filha nascesse em Londres. Mas com a quarentena, e como eu tinha de vir a Portugal porque estava a preparar os singles e o lançamento das músicas, acabei por cá ficar.” Voltou com o namorado, a filha nasceu já em Portugal e a partir daí começou a lançar uma a uma as canções que gravara, em singles e videoclipes: Miúda, em Fevereiro de 2021; Corpo a corpo em Junho; e Dança em Outubro. O EP, com cinco temas (além dos já descritos, também Aquária e Mil maneiras) chegou depois. “Tudo isso reflecte a minha viagem, o período em que estive em Londres, a minha vida há quatro anos atrás. E conta, de alguma maneira, aquilo que sou.” O título do disco, Aventurina, nome de uma pedra que é uma variedade de quartzo, foi escolhido devido a um hábito. “Ando sempre com cristais, gosto muito da aventurina e ela acompanhou-me em toda esta jornada. Não sou fixada em amuletos, mas achei que tinha um simbolismo interessante para este EP.”

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Constança na capa do EP

Lançado nas plataformas digitais, Aventurina sairá também em formato físico, em CD e tem já duas datas para ser apresentado ao vivo, ambos em 2022: dia 12 de Fevereiro no Cineteatro João Mota, em Sesimbra, e dia 25 de Março no Talkfest, em Lisboa.

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