Municípios da região de Lisboa descontentes com redução de verbas no próximo quadro comunitário

Portugal 2030 destinará 381 milhões de euros para a região, menos de metade do que o anterior quadro comunitário. Por essa razão, os 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa instam o Governo a renegociar rapidamente a proposta.

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Proposta que está em cima da mesa retira 436 milhões à Área Metropolitana de Lisboa no Portugal 2030 Nuno Ferreira Santos

Os municípios da Área Metropolitana de Lisboa estão descontentes com a redução do financiamento comunitário previsto para a região no âmbito do Portugal 2030 e pretendem que o Governo abra “um processo negocial célere” para tentar alterar a proposta.

Em comunicado, a Área Metropolitana de Lisboa (AML), entidade que representa 18 municípios, explica que esta intenção surge após a constatação de que a proposta para o Portugal 2030 (PT2030) prevê uma redução do volume de financiamento da Política Regional Europeia nesta região de 817 milhões de euros (PT2020) para 381 milhões (PT2030).

“A redução proposta diminui não só a capacidade dos municípios da AML de serem agentes de promoção do desenvolvimento e coesão, mas também a capacidade de acção dos serviços públicos do Estado central, do tecido empresarial e das universidades, num quadro de iniquidade inaceitável”, lê-se na mesma nota.

Os municípios lamentam, igualmente, que haja uma nova descida da taxa média de co-financiamento do Programa Operacional Regional de Lisboa (POR Lisboa), passando de 50% (PT2020) para 40% (PT2030), o que, segundo a AML, “coloca maior pressão financeira no esforço dos actores públicos e privados da região e afastará do acesso aos fundos as pequenas e médias empresas do sector social e as organizações de base local”.

“A Área Metropolitana de Lisboa precisa de mais investimento que potencie o seu importante papel de desenvolvimento nacional e regional e pólo estruturador da Região de Lisboa e Vale do Tejo”, defendem.

Face a isto, os municípios da AML pretendem que o Governo, de forma “célere”, abra um processo negocial “para encontrar soluções que mitiguem ou alterem a proposta apresentada no âmbito da consulta pública do Portugal 2030.

“A Área Metropolitana de Lisboa e os seus municípios consideram que os fundos comunitários disponíveis fora do perímetro do POR Lisboa, nomeadamente os relacionados com o Fundo de Coesão e com o Plano de Recuperação e Resiliência, devem reforçar os meios financeiros para a região, de forma a colmatar as insuficiências de financiamento do programa regional”, sublinham.

Fazem parte da AML os concelhos de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.

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