UE prepara “arsenal de sanções” contra a Rússia em caso de invasão da Ucrânia

Chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, descarta, no entanto, a tomada de medidas preventivas contra Moscovo mas diz que é necessário ter uma resposta pronta.

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Josep Borrell voltou a avisar a Rússia do "alto preço" de uma agressão militar na Ucrânia JOHANNA GERON/EPA

O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, afirmou esta quarta-feira que a UE prepara em coordenação com os Estados Unidos um “arsenal de sanções” contra a Rússia para responder a uma possível agressão militar contra a Ucrânia, embora tenha descartado a tomada de medidas “preventivas” contra Moscovo.

“Se o que estamos a tentar evitar, um ataque militar clássico, acontecer, a Rússia terá, naturalmente, de enfrentar um sistema de sanções muito severo”, disse o chefe da diplomacia europeia num encontro com jornalistas espanhóis em Bruxelas.

O Alto Representante confirmou os esforços conjuntos com Washington para coordenar um “arsenal de sanções económicas” que teria o propósito de causar cortar a economia russa do resto do mundo.

No entanto, Borrell insistiu que não haverá “sanções preventivas” por parte da UE, descartando categoricamente que sairão novas medidas contra Moscovo da reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE marcara para esta segunda-feira. “Agora é uma questão de não agravar a situação ou dar motivos ou argumentos para provocar o que queremos evitar”, frisou, garantindo que ainda não há “nada de concreto” em cima da mesa.

Borrell tem insistido nas mensagens de advertência a Moscovo, em consonância com a NATO e os Estados Unidos, para alertar o presidente russo, Vladimir Putin, do “alto custo” de uma acção militar contra a Ucrânia. “É necessário ter a resposta pronta, mas evitar qualquer escalada”, enfatizou o chefe da diplomacia europeia.

Para o ex-ministro espanhol, a linha vermelha que faria o bloco europeu agir seria se a Rússia levasse a cabo uma intervenção militar “clássica” contra a Ucrânia e não por intermédio de “homens verdes”, uma referência às forças russas não identificadas que participaram no conflito no leste da Ucrânia em 2014 e que resultou na anexação da Crimeia.

A Rússia mantém uma concentração militar atípica na fronteira com a Ucrânia, para onde deslocou forças de combate, equipamentos pesados, veículos armados, tanques, drones e sistemas electrónicos, fazendo soar os alarmes em Kiev e na NATO sobre uma possível invasão.

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