FC Porto e Atlético em “final” que dá milhões e prestígio

Com o AC Milan também na luta pelo apuramento, os “dragões” garantem um lugar nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões se vencerem. Empate só servirá se os italianos não ganharem.

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EPA/JuanJo Martin

Num Grupo B em que o Liverpool não deu qualquer hipótese à concorrência - cinco jogos, cinco vitórias -, a luta pela segunda vaga disponível para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões chegou a parecer um exclusivo ibérico, mas as derrotas de FC Porto e de Atlético de Madrid na penúltima jornada baralharam por completo as contas. Com o AC Milan ainda na luta - precisa de ganhar e que haja empate no Estádio do Dragão -, o frente a frente desta noite (20h00, Eleven1) entre portugueses e espanhóis será uma “final”, em que apenas um triunfo garante a portistas ou a “colchoneros” os milhões e o prestígio da qualificação para os “oitavos” da Champions.

Excluindo duas horas nas partidas frente ao Liverpool (os 90 minutos no Dragão e os últimos 30 em Anfield Road), o percurso do FC Porto no complicado e competitivo Grupo B da Liga dos Campeões tem sido pautada pela qualidade e por exibições muito meritórias. No entanto, os “dragões” vão entrar esta noite em campo com os três cenários ainda em cima da mesa: continuarem na Champions, caírem para a Liga Europa ou ficarem fora das provas europeias.

Com a certeza que com uma vitória garante a qualificação e que um empate será suficiente para assegurar o 2.º lugar desde que o AC Milan não vença o Liverpool - Sérgio Conceição disse nesta segunda-feira estar “plenamente convencido” que os italianos vão ganhar aos ingleses -, o FC Porto não terá disponível o extremo Pepê, que testou positivo na despistagem à covid-19, e Ivan Marcano, que continua a recuperar de lesão.

No entanto, o principal problema para os “dragões” estará no meio-campo. Com Uribe também de fora devido a castigo, Conceição adiantou que “Grujic fez uma entorse e está difícil a sua utilização”, pelo que Vitinha deverá repetir a titularidade de Portimão - Bruno Costa surge como alternativa -, jogando no centro do terreno ao lado de Sérgio Oliveira. Certos devem ser os regressos na defesa de João Mário e Pepe, que não foram utilizados no passado fim-de-semana na I Liga.

Apesar das baixas, Conceição preferiu destacar os argumentos do adversário, dizendo que “vai ser um jogo muito competitivo” entre “duas equipas que precisam de ganhar para passar aos ‘oitavos'”, empurrando um pouco da pressão para o lado espanhol: “Se olharmos para os nomes que compõem o plantel do Atlético de Madrid, não tenho dúvidas sobre quem será favorito.”

Do lado dos madrilenos, Diego Simeone tem problemas bem maiores do que Sérgio Conceição para resolver. Para além de estar obrigado a conquistar os três pontos para garantir a qualificação, o treinador argentino terá ainda de gerir a pressão de estar já a 10 pontos do Real Madrid na Liga espanhola e de ir ao Dragão com um quebra-cabeças para resolver: os três defesas centrais mais utilizados pelos espanhóis (Felipe, Savic e Giménez) estão fora do duelo com os portistas.

Com apenas um central disponível - Mario Hermoso, que tem somado exibições pouco convincentes -, Simeone vai apresentar-se fragilizado no sector defensivo, habitualmente o ponto forte das equipas comandadas pelo técnico de Buenos Aires, sendo que a solução deverá passar pela adaptação de Kondogbia ou Vrsaljko.

Na antevisão de um jogo no Porto em que não terá margem de erro, o argentino reconheceu que o momento do Atlético não é o melhor e que, depois de perder no fim-de-semana em Madrid frente ao Maiorca, terá “poucos dias de intervalo”, quando precisa “de trabalhar”.

Embora garanta que confia “absolutamente” nos seus jogadores - “treino com eles, conheço o carácter deles e confio neles” -, Simeone jogou completamente à defesa e, tal como Conceição, empurrou a responsabilidade para o rival, dizendo que o FC Porto é “mais favorito do que os outros para esta jornada, porque tem mais pontos”, para além de ser “uma equipa extraordinária: “É muito forte defensivamente, muito equilibrada no meio-campo, com muita gente para recuperar a bola, saindo rápido para o contra-ataque, joga com intensidade, com boa velocidade de jogo. É uma equipa de que gosto, muito boa, que cria muito jogo.”

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