Dissidente das FARC morto na Venezuela

Hernán Darío Velásquez, conhecido como “El Paisa”, é o segundo antigo combatente das FARC a ser morto, este ano, no estado venezuelano de Apure, na fronteira com a Colômbia.

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O grupo Segunda Marquetalia é liderado por Iván Márquez EPA/FARC VIDEO / HANDOUT

Um dos mais importantes líderes de um grupo de antigos combatentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Hernán Darío Velásquez — conhecido como “El Paisa” —, foi morto numa emboscada no estado venezuelano de Apure, noticiaram os jornais colombianos no domingo.

Em 2019, Velásquez e outros antigos combatentes das FARC denunciaram o processo de paz assinado com o Governo colombiano em 2016 e reagruparam-se no estado venezuelano de Apure, na fronteira com a Colômbia, sob a designação Segunda Marquetalia.

Segundo o jornal El Tiempo, Velásquez foi assassinado por mercenários que perseguem antigos combatentes das FARC em busca de recompensas. As fontes oficiais do Governo colombiano que foram ouvidas pelo mesmo jornal garantem que o Exército do país não esteve envolvido na operação.

O Governo do Presidente colombiano, Iván Duque, acusa o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de proteger dissidentes das FARC, uma acusação rejeitada por Caracas.

“El Paisa” é o segundo líder dos dissidentes das FARC a ser morto nos últimos sete meses em território venezuelano, depois de Seuxis Pausías Hernández Solarte (“Jesús Santrich”).

O ministro da Defesa da Colômbia, Diego Molano, disse que “El Paisa” foi morto numa disputa pelo controlo do tráfico de droga entre militares venezuelanos e os vários grupos de dissidentes das FARC que operam na fronteira entre os dois países.

Segundo o Governo colombiano, cerca de 2400 antigos combatentes das FARC estão envolvidos em combates na fronteira com a Venezuela — entre si e com grupos criminosos — pelo controlo da produção e do tráfico de droga.

Na semana passada, o comandante da Segunda Marquetalia, Luciano Marín Arango ("Iván Márquez"), disse que o Governo colombiano devia encetar negociações com os grupos armados com vista à obtenção de “uma paz completa”, reforçando a sua condenação ao processo de paz concluído em 2016.

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