Julgamento da ex-namorada de Epstein entra na segunda semana para ouvir mais três queixosas

Três mulheres que afirmam ter sido abusadas sexualmente por Jeffrey Epstein quando eram ainda menores, e Ghislaine Maxwell de ter sido cúmplice, deverão começar a ser ouvidas esta semana.

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Ghislaine Maxwell, de 59 anos, declarou-se inocente em todas as acusações e a defesa descreve-a como um bode expiatório. Reuters/JANE ROSENBERG

O julgamento da socialite britânica Ghislaine Maxwell, acusada de abusos sexuais em casos relacionados com o ex-namorado Jeffrey Epstein, entra esta segunda-feira na segunda semana, depois de os jurados terem ouvido o testemunho de uma mulher que afirmou que a ré a preparou para o encontro sexual com o falecido financeiro quando era adolescente.

Espera-se que os procuradores chamem outras três queixosas no julgamento em Nova Iorque, que está previsto durar até Janeiro. Maxwell, de 59 anos, é acusada de recrutar e aliciar quatro raparigas menores de idade, vítimas de abusos cometidos por Epstein, entre 1994 e 2004, e enfrenta, entre outras, oito acusações de tráfico sexual.

Num depoimento em lágrimas, a primeira queixosa, que usou o pseudónimo Jane, disse que Epstein abusou de si quando tinha 14 anos, em meados dos anos 90, e que Maxwell participou por vezes nesses encontros. Estas declarações foram corroboradas por um antigo funcionário da propriedade de Palm Beach, que disse lembrar-se de Jane, quando a mulher aparentava ter entre 14 e 15 anos.

Ghislaine Maxwell, de 59 anos, declarou-se inocente em todas as acusações e a defesa descreve-a como um bode expiatório.

Na primeira semana de julgamento, os jurados ouviram também o piloto pessoal de Epstein, que recordou o príncipe britânico André e os ex-presidentes dos EUA Bill Clinton e Donald Trump no avião do ex-financeiro. Já Jane disse que Epstein a apresentou a Trump no clube Mar-a-Lago do antigo presidente quando tinha apenas 14 anos. O príncipe André, Bill Clinton e Donald Trump não foram indiciados por qualquer delito.

Foi ainda levada para a sala da audiência uma mesa de massagem verde que a polícia apreendeu na propriedade de Epstein durante as buscas de 2005, depois de Jane ter testemunhado que muitos dos seus encontros sexuais com Epstein começaram como massagens. Os procuradores dizem que a palavra massagem foi um “ardil" para levar raparigas menores de idade a ficarem sozinhas com Epstein.

Jeffrey Epstein foi detido a 6 de Julho de 2019. Pouco mais de um mês depois, a 10 de Agosto, foi encontrado morto na cela de uma prisão de segurança máxima em Manhattan, Nova Iorque. O multimilionário apresentava sinais de “suicídio por enforcamento”, causa que viria a ser confirmada pelo relatório oficial da autópsia. Horas antes da morte, tinham sido revelados centenas de documentos com detalhes sobre as acusações de tráfico sexual de menores de que Epstein era alvo desde 2005, nomeadamente nomes sonantes que estariam envolvidos nos seus esquemas.

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