Xiomara Castro ainda não é Presidente, mas já é a candidata mais votada de sempre nas Honduras

Faltam contabilizar todos os votos das eleições presidenciais hondurenhas, mas a antiga primeira-dama será a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de Estado do país.

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Xiomara Castro é mulher do antigo Presidente Manuel Zelaya JOSE CABEZAS / Reuters

Xiomara Castro é não apenas a virtual nova Presidente das Honduras, mas também a candidata com mais votos na história do país. Com pouco mais de 80% dos votos contabilizados, a candidata do Partido Liberdade e Refundação (Livre) supera a marca de 1,4 milhões de votos recebidos, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral.

Nunca nenhum outro candidato presidencial nas Honduras havia recebido mais de 1,2 milhões de votos, segundo o jornal El Heraldo, citado pela Europa Press.

A notícia foi celebrada por Castro nas suas redes sociais. “Povo hondurenho, continuamos a fazer história!”, escreveu a candidata e futura Presidente numa publicação no Twitter.

Os EUA, através do secretário de Estado, Anthony Blinken, já reconheceram a vitória de Castro. “Esperamos trabalhar juntos para fortalecer as instituições democráticas, promover o crescimento económico inclusivo e lutar contra a corrupção”, afirmou.

A sua declaração oficial de vitória deverá acontecer nos próximos dias, assim que a contabilização terminar. No entanto, a vantagem da ex-primeira-dama é suficiente para que seja dada como próxima chefe de Estado – a primeira mulher a chegar ao cargo no país.

Castro tem 50,7% dos votos e o seu adversário mais próximo, Nasry Asfura, do Partido Nacional, está perto dos 36%. Os restantes não superam o patamar dos 10%. O sistema eleitoral hondurenho não prevê segunda volta nas presidenciais.

O próprio Asfura reconheceu a vitória de Castro, afastando os receios de uma transição do poder problemática ou até violenta. Xiomara Castro é mulher do antigo Presidente, Manuel Zelaya, que foi derrubado por um golpe militar em 2009. Desde então, as Honduras têm sido governadas pelo Partido Nacional, que agora foi claramente castigado pelo eleitorado.

A contribuir para a vitória de Castro esteve a impopularidade do Presidente cessante, Juan Orlando Hernández, que é alvo de uma investigação das autoridades norte-americanas por alegada participação num elaborado esquema de tráfico de droga para os EUA. O seu irmão foi preso este ano e está a ser julgado por um tribunal de Nova Iorque.

Com a eleição de Xiomara Castro, os hondurenhos esperam uma nova era em que o país possa acabar de vez com o domínio dos cartéis de narcotráfico e com o elevado desemprego, responsável por alimentar um êxodo incessante de jovens que rumam aos EUA.

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