Os Republicanos escolhem Valérie Pécresse como candidata às eleições presidenciais francesas

O partido criado por Nicolas Sarkozy a partir da União por um Movimento Popular de Jacques Chirac aposta em Pécresse contra Éric Ciotti.

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Valérie Pécresse foi conselheira de Jacques Chirac e ministra e porta-voz do Governo com Nicolas Sarkozy CHRISTOPHE PETIT TESSON/EPA

A direita republicana francesa escolheu pela primeira vez na sua história uma mulher como candidata do partido Os Republicanos às eleições presidenciais, Valérie Pécresse.

"Tenho uma boa notícia, meus amigos, a direita republicana está de volta. Ela está unida, com soluções e está pronta para o combate com uma força implacável porque a França não pode esperar. Ao mostrar-se indivisível, a França volta a ser invencível”, disse hoje a candidata na sede do partido, no 15.º bairro da capital do país, depois do anúncio da sua vitória e de receber o apoio de todos os seus adversários nas eleições internas.

Valérie Pécresse derrotou Éric Ciotti, obtendo 60,95% da preferência dos votos dos cerca de 113 mil militantes que participaram nesta eleição, numa votação electrónica que decorreu sem contestação.

A antiga conselheira de Jacques Chirac, antiga ministra e porta-voz do Governo de Nicolas Sarkozy, de 54 anos, é a actual presidente da região da Ile-de-France.

A sua escolha como candidata do partido criado por Jacques Chirac, a União para um Movimento Popular, e que Sarkozy transformou em Os Republicanos, foi festejada por dezenas de militantes que acorreram este sábado à sede do partido, ouvindo-se nos corredores “Pécresse a L'Élysée”, referindo-se ao Palácio do Eliseu, sede do Governo.

"Estou muito orgulhosa desta vitória. Há muito que esperávamos que isto acontecesse. Eu estive nos seus congressos. É uma mulher que não hesitou em saltar para a arena e combater contra quatro homens, é preciso ter uma certa força mental. Ela tem a estatura de uma mulher de Estado”, disse à Agência Lusa, Martine, uma militante há 30 anos do partido.

Valérie Pécresse concorreu contra Michel Barnier, Xavier Bertrand, Éric Ciotti e Philippe Juvin, que se apressaram a dar-lhe o seu apoio.

Com todos os candidatos dos principais partidos já escolhidos, faltando apenas saber se Emmanuel Macron avança para tentar a sua reeleição, Valérie Pécresse deixou já um aviso ao Presidente francês: “Eu não vou ser uma Presidente dos ziguezagues que vai dizer a cada um o que querem ouvir. Entre o Presidente que está de saída e eu, há mais do que uma diferença de linha política, há uma diferença de carácter. Emmanuel Macron só tem uma obsessão, que é agradar, eu só tenho uma paixão: fazer”, assegurou.

A candidata aproveitou ainda para apelar ao voto dos franceses que estão a pensar votar nos candidatos da extrema-direita, Marine Le Pen ou Éric Zemmour.

"Peço a todos os franceses para porem de parte todas as palavras sem consequência, exasperadas pela incapacidade de acção pública lançadas por Marine Le Pen ou Éric Zemmour. Não precisamos de ser extremistas para estarmos ao ataque, não é preciso insultar para convencer”, indicou.

As eleições francesas vão realizar-se em Abril de 2022, com a primeira volta no dia 10 e, a segunda volta, se nenhum dos candidatos atingir mais de 50% dos votos, a 24.

Os principais candidatos já declarados à eleição são: Yannick Jadot, dos Verdes, Jean-Luc Mélenchon, da França Insubmissa, Anne Hidalgo, do Partido Socialista, Marine Le Pen, da União Nacional, e Éric Zemmour, candidato independente.

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