Arquitectura

Uma tiny house com vista panorâmica no meio da Islândia para apoiar turistas

Quem viaja agradece as áreas de serviço. Na Islândia, nasceu este ano uma pequena estrutura que, para além de auxiliar os viajantes, também lhes proporciona um miradouro sobre a paisagem envolvente.

Studio CAPN
Fotogaleria
Studio CAPN

Em pleno deserto de areia preta, em Laufskálavarða, na Islândia, existe agora uma pequena casa de apoio (tiny house) destinada aos turistas de passagem. Situada entre dois glaciares (Mýrdalsjökul e Vatnajökull), a infra-estrutura garante aos viajantes a possibilidade de usar uma casa de banho, uma máquina de lavar roupa e de secar e, ainda, uma pequena oficina para reparar bicicletas.

Mais do que uma simples área de serviços, a arquitecta do projecto, Helga Guðrún Vilmundardóttir​, do gabinete STASS Architects, de Reiquejavique, quis criar um espaço onde visitantes pudessem, desde o telhado do edifício, apreciar uma vista panorâmica. “Lá, os viajantes podem ver uma paisagem incrível, a 360°, de um ponto elevado, e podem apreciar plenamente a vastidão das paisagens circundantes”, descreve, em declarações por email ao P3.

Foi pela rádio que soube que “uma empresa pretendia resolver a lacuna de instalações para turistas na Islândia”, revela a arquitecta, que considera que o país não soube “acompanhar o crescimento da indústria do turismo, nomeadamente quanto a simples instalações como casas de banho”. “Na STASS, há anos que nos chateia a fraca qualidade e a falta de design das instalações disponíveis para os turistas na Islândia”, confessa. Depois de ouvir a entrevista, simplesmente liguei para eles [empresa responsável pelo projecto] e lá começou a nossa colaboração”, revela.

Laufskálavarða foi o local escolhido por ficar “a meio caminho entre duas pequenas aldeias”, conta. “Entre os 75 quilómetros que separam as duas povoações não existe qualquer serviço.” E embora seja “um lugar onde as pessoas param, é uma crista de lava, rodeada por marcos de pedra”, ressalva. “A nossa inspiração foi criar um local que atendesse ao objectivo, mas também que o produto final desse um valor acrescentado ao local para quem o visitasse. Como estávamos a projectar num lugar tão dramático — num deserto de areia preta situado entre dois glaciares — também queríamos anunciar algo que desse valor acrescentado à unidade e ao local. Queríamos que as pessoas que escolhessem parar na instalação, no meio do nada, conseguissem algo extra.”

Os materiais escolhidos para a realização da tiny house, retratada pelo fotógrafo de arquitectura português Cláudio A. Parada Nunes, nomeadamente a madeira lariço, prendem-se com a sua durabilidade. “Os materiais deveriam ser capazes de resistir a condições adversas e ser mais ou menos livres de manutenção”, reconhece a arquitecta. Isto porque “a área é frequentemente atingida por tempestades de areia, tempestades de Inverno, terremotos e inundações”, acrescenta. As cores também não foram deixadas ao acaso. “A capacidade do lariço de se transformar em cinza suave permite à pousada fundir-se com a paisagem e com a atmosfera do Outono, Inverno e frio da Primavera islandesas. O verde imita a paisagem que rodeia a casa no Verão”.

Será a primeira de muitas? É possível, responde Helga Guðrún Vilmundardóttir. ​​"Estou feliz por saber que estão planeadas mais casas de serviço deste género.”

Texto editado por Amanda Ribeiro

Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN
Studio CAPN