Covid-19 e 5.ª vaga - a urgência das medidas

Importa reforçar as medidas já anunciadas, considerando que a maioria da população com 50 anos ou mais anos ainda não está vacinada com a dose de reforço.

Numa altura em que por toda a Europa soam alarmes quanto ao aparecimento de uma nova variante Ómicron (B.1.1.529) e quando em Portugal assistimos há já algumas semanas a uma subida acentuada do número de novos casos de covid-19, cabe reflectir sobre se as medidas anunciadas recentemente pelo Governo permitirão minimizar o impacto desta 5.ª vaga da doença em Portugal.

De referir que o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) alertou no passado dia 25 de Novembro que esta nova variante do vírus SARS-CoV-2 suscita “sérias preocupações de que possa reduzir significativamente a eficácia das vacinas e aumentar o risco de reinfecções” e que esta nova variante é a mais divergente (em relação ao vírus original) detectada até hoje. Acresce que a directora deste ECDC recomendou que sejam consideradas doses de reforço de vacinas para todos os adultos, dando prioridade às pessoas com mais de 40 anos.

O Conselho de Ministros aprovou, no passado dia 25, a resolução que declara a situação de calamidade em todo o território nacional continental a partir do dia 1 de Dezembro. Decidiu também, entre outras, determinar, entre 2 e 9 de Janeiro de 2022, a obrigatoriedade do regime de teletrabalho, sempre que as funções em causa o permitam; a obrigatoriedade de apresentação de Certificado Digital Covid no acesso a certos estabelecimentos e a obrigatoriedade de apresentação de teste negativo (mesmo para vacinados) em determinadas situações, assim como um conjunto de medidas especiais em matéria de testagem. Além do mais, suspendeu as actividades lectivas, não lectivas e formativas em regime presencial em estabelecimentos de ensino e em equipamentos sociais entre 2 e 9 de Janeiro de 2022.

Por toda a Europa assinala-se um forte aumento do número de novos casos, o que está a pressionar muito os cuidados hospitalares. Por exemplo, na Alemanha, a incidência atinge recordes consecutivos de novos casos por 100 mil habitantes, foram já identificados casos da variante Ómicron na Baviera. Também no Reino Unido - que vive dias muito difíceis, quer em virtude do aumento de número de novos casos quer de internados nos hospitais - esta nova variante foi já identificada, o que pode vir agravar este cenário. De referir que, no domingo (28 de Novembro), este país decidiu impor restrições a passageiros oriundos de Angola, Malawi, Moçambique e Zâmbia, sendo que estas medidas para conter a disseminação da Ómicron, já valiam para a África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia, Suazilândia e Zimbabué.

Ora, ante esta nova variante e quando se observa um forte aumento do número de novos casos em Portugal - e que no nosso país já morreram mais de 18 mil e 400 pessoas de Covid- 19 desde o início desta pandemia -, cabe antecipar e reforçar as medidas já anunciadas para este mês de Dezembro.

Tanto mais considerando que a maioria da população com 50 anos ou mais anos ainda não está vacinada com a dose de reforço estando, portanto, pouco protegida, e o grau de transmissão desta nova variante é muitíssimo elevado, importando particularmente pensar as condições para a prossecução de actividades em ambientes fechados.

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