Judoca olímpica francesa acusa treinador de agressão violenta

Margaux Pinot, que conquistou o ouro em Tóquio na competição de equipas, revelou o rosto cheio de hematomas nas redes sociais. O agressor, acusa a atleta, é o seu treinador e companheiro, Alain Schmitt.

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No Campeonato Mundial de Judo de 2019, Margaux Pinot (à direita), com a portuguesa Bárbara Timo, a francesa Marie Eve Gahie e a britânica Sally Conway (da esquerda para a direita) EPA/KIMIMASA MAYAMA

A campeã olímpica por equipas com a selecção francesa de judo nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Margaux Pinot, descreveu, na quarta-feira, nas redes sociais uma violenta agressão que o seu companheiro e treinador exerceu sobre si, no fim-de-semana. A atleta apresentou queixa e Alain Schmitt foi detido, mas o tribunal acabou por libertar o também judoca na terça-feira.

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Margaux Pinot tem vários ferimentos no rosto, incluindo um nariz fracturado DR/Instagram @margaux.pinot

O tribunal de Bobigny considerou que não havia provas suficientes para acusar Alain Schmitt de violência doméstica contra Margaux Pinot, tendo o Ministério Público informado que tenciona recorrer da decisão. Já a judoca usou o Instagram, um dia depois da deliberação do tribunal, para se manifestar revoltada com a justiça francesa.

“Durante a noite de sábado para domingo, fui vítima de uma agressão em minha casa pelo meu parceiro e treinador”, começa por relatar a judoca francesa Margaux Pinot, de 27 anos, na sua conta de Instagram. E descreve: “Fui insultada, levei um murro, a minha cabeça bateu no chão várias vezes. E por fim fui estrangulada. Achei que estava morta, mas consegui fugir para me refugiar com meus vizinhos que imediatamente chamaram a polícia.”

O resultado são “vários ferimentos, incluindo um nariz fracturado e dez dias de interrupção temporária do trabalho”, mas para Margaux Pinot, além das suas feridas e do sangue espalhado pelo chão do apartamento, faltou a “morte no final” para que o tribunal olhasse para o episódio com maior seriedade. E a atleta não deixa de ressalvar que o que a salvou terá sido “provavelmente o judo”. “Os meus pensamentos também estão com aqueles que não podem dizer o mesmo.”

Clarisse Agbégnénou, que conquistou o ouro em Tóquio ao lado de Margaux Pinot (além da medalha dourada na categoria de -63kg), manifestou-se, no Twitter, indignada com a decisão do tribunal de Bobigny: “O que é preciso para que as sanções sejam aplicadas? A morte”.

Alain Schmitt, de 38 anos, é um treinador de judo e também chegou a competir internacionalmente, ainda que não tenha conseguido nenhum lugar no pódio olímpico. O técnico já veio a público negar todas as acusações. Porém, o caso já fez mossa na sua carreira: a Associação de Judo de Israel retirou o convite da contratação que tinha sido anunciada no último mês. “Suspendemos todos os contactos com [Alain Schmitt]”, disse Gil Levanony, porta-voz da Associação de Judo de Israel, à AFP, depois de o francês ter sido detido a horas de viajar para o Médio Oriente e assumir o cargo de treinador principal da equipa nacional feminina de judocas israelita.

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