Taxa de desemprego estabilizou nos 6,4% em Outubro
População desempregada aumentou em 3,2 mil pessoas de Setembro para Outubro, mas a taxa de desemprego não sofreu alterações. Há 331,6 mil pessoas sem trabalho e 295,3 mil situações de subutilização do trabalho.
Depois de um aumento em Setembro, a taxa de desemprego estabilizou em Outubro, mantendo-se nos mesmos 6,4% registados no mês anterior, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
A taxa ficou inalterada apesar de a população desempregada ter aumentado em 3,2 mil pessoas (em 1%), de 328,4 mil para 331,6 mil indivíduos. Esta é a evolução mensal, mas quando se recua no tempo e se olha para a realidade de três meses há uma redução do número de desempregados em 8,2 mil (menos 2,4%), face a Julho último, em que a população desempregada era de 339,8 mil.
Quando se compara com Outubro do ano passado, também se confirma a tendência de redução do desemprego, já que nessa altura a taxa estava nos 7,6%, correspondente a uma população desempregada de 384,6 mil pessoas.
O desemprego tinha subido de Agosto para Setembro de 6,3% para 6,4%, o que acontecera pela primeira vez desde Maio, mas essa subida acabou por ser travada no mês seguinte.
Essa situação foi “reforçada em Outubro” em termos absolutos — com o aumento da população desempregada naquelas 3,2 mil pessoas — mas isso não foi suficiente para haver uma alteração na taxa de desemprego.
O INE refere igualmente que, “apesar da população inactiva se encontrar nos valores mais baixos dos últimos dez anos, tem vindo a aumentar desde o valor mínimo observado em Julho de 2021”. Em Outubro, era de 2,528 milhões de pessoas, o que se traduz numa taxa de inactividade de 32,9%.
A população activa diminuiu de Setembro para Outubro em 10,8 mil pessoas (0,2%) e a população inactiva aumentou em 13,8 mil (0,5%). O decréscimo da população activa, explica o instituto estatístico, resultou do facto de a “diminuição da população empregada em 14 mil (0,3%) ter superado o aumento da população desempregada em 3,2 mil (1,0%), enquanto o acréscimo da população inactiva foi explicado pelo aumento do número de outros inactivos, os que nem estão disponíveis, nem procuram emprego, em 21,7 mil (0,9%)”.
O INE refere que em Agosto se inverteu a “tendência de crescimento da população activa iniciada em Fevereiro desse ano”, circunstância que se repetiu em Setembro e em Outubro, mês em que ficou nos 5,15 milhões de pessoas.
Ao contrário da taxa de desemprego, a taxa subutilização de trabalho — um indicador usado pelo INE para medir a evolução do mercado laboral não olhando apenas para o número oficial de desempregados — diminuiu em Outubro face ao mês anterior, recuando de 12% para 11,8%.
Além da população desempregada, este indicador inclui as situações de subemprego dos trabalhadores a tempo parcial, a população inactiva que está à procura de emprego mas não disponível para começar a trabalhar nas duas semanas seguintes, e os inactivos disponíveis mas que não procuram emprego.
Este indicador tem vindo a diminuir. Se em Outubro de 2020 estava em 14,8%, seis meses depois já se encontrava abaixo de 13%, continuando a tendência nos meses seguintes (estabilizando e recuando). Em Julho estava em 12,6%, em Agosto caiu para 12,3%, em Setembro para 12% e, agora, para os 11,8% de Outubro.
Há 626,9 mil pessoas contabilizadas neste indicador. Deste universo, 331,6 mil correspondem à população desempregada (os que por sua vez resultam na taxa de desemprego de 6,4%), 168,5 mil são trabalhadores a tempo parcial (subemprego), 139,6 mil são inactivos disponíveis para trabalhar mas que não procuram emprego, e 14,6 mil são inactivos à procura de emprego mas não disponíveis para trabalhar imediatamente nas duas semanas seguintes.
Em Outubro havia 4,82 milhões de pessoas empregadas, menos 14 mil do que em Setembro, mas mais 137,9 mil face a Outubro do ano passado. Apesar disso, em Setembro, “a população empregada inverteu o crescimento contínuo que se observava desde Fevereiro de 2021”, refere o INE.