Bernardine Evaristo vai presidir à Sociedade Real de Literatura britânica

A autora de Rapariga, Mulher, Outra, romance vencedor do Man Booker Prize em 2019, será a primeira pessoa não-branca e a segunda mulher a ocupar o cargo.

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Bernardine Evaristo será a segunda mulher e a primeira pessoa não-branca a presidir à Sociedade Real de Literatura DR

Quando o mandato de Marina Warner, a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente da Sociedade Real de Literatura britânica, acabar no final deste ano, será Bernardine Evaristo a suceder-lhe. A autora de Rapariga, Mulher, Outra tornou-se em 2019 a primeira mulher negra a conquistar o prestigiado prémio de literatura Man Booker Prize e volta a fazer história com esta nomeação: será a segunda mulher a presidir a este organismo fundado em 1820 e a primeira pessoa não-branca a ocupar tal posição.

O diário britânico The Guardian, que avançou a notícia esta terça-feira, cita a própria escritora, que se diz “altamente honrada” por ter sido escolhida. Para Evaristo, é um sinal de que a sociedade está “a abraçar o século XXI de forma corajosa, defendendo as possibilidades de uma cultura mais igualitária para a literatura”. “A literatura não é um luxo, é antes algo essencial para a nossa civilização”, acrescentou.

“Estou orgulhosa por ser a figura de proa de uma organização literária tão majestosa e robusta e que está activa e urgentemente empenhada em incluir a variedade mais ampla possível de escritores excepcionais vindos de todas as áreas demográficas e geográficas na Grã-Bretanha, e em chegar a comunidades marginalizadas através de projectos literários”, disse ainda a autora. A Sociedade Real de Literatura é uma associação de beneficência aberta a todos os que se queiram inscrever nela. Tem como objectivo assumido “o avanço da literatura”.

Além de Rapariga, Mulher, Outra, publicado em 2020, está editado em português o romance que Evaristo escreveu em 2009, Raízes Brancas. Em Outubro deste ano, foi editado no Reino Unido o seu livro de memórias, Manifesto.

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