MSC Virtuosa foi ao Dubai para ser baptizado e para selar a amizade da companhia italiana com os Emirados

No ano em que o Dubai recebe a Exposição Mundial, com foco na sustentabilidade, a MSC levou a Porto Rashid o navio ambientalmente mais evoluído da sua frota para ser baptizado com muita pompa, música e fogo-de-artifício, num evento em que marcou presença um dos filhos do xeque Rashid Al Maktoum do Dubai. A madrinha voltou a ser Sophia Loren.

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Baptismo do MSC Virtuosa com a madrinha Sophia Loren Nuno Ferreira Santos

Acrobatas, equilibristas e ginastas, num cenário a lembrar o País das Maravilhas de Alice, brilharam, sábado à noite, no Porto Rashid, Dubai, com o novel navio-cruzeiro (o maior que alguma vez atracou junto à cidade que se gaba ter “o maior” de tudo) em pano de fundo. Cereja no bolo? A presença da actriz Sophia Loren, madrinha dos barcos de recreio italianos (é o 17.º que baptiza), que, aos 87 anos, subiu ao palco, ao som de Zoo be zoo be zoo, tema que cantou em 1960 e que ficaria associado ao filme A Milionária (1960), de braço dado com o comandante Francesco Saviero Veniero.

Nuno Ferreira Santos
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Coube a Sophia Loren cortar a fita que largou a garrafa de champanhe (que partiu à primeira) contra o casco do navio e assim abençoar o monstro de 181.541 toneladas de arqueação bruta, capaz de transportar até 6334 passageiros e que conta com uma tripulação de 1704. E a música, que marcou o arranque do evento com a banda da Polícia do Dubai, continuou a dar cartas, com Rag'n'Bone Man, o autor do hit de Verão Human, que fechou a cerimónia, já depois de os céus se terem iluminado com um espectáculo de fogo-de-artifício.

Antes, entre a audiência, um convidado especial: Mansour bin Mohammed, filho do xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum, governante do Dubai, que se juntou a Diego Aponte, filho de Gianluigi Aponte, fundador, proprietário e presidente da Mediterranean Shipping Company: duas presenças que apontam a direcção de um futuro no qual o emirado pretende tornar-se numa referência no mundo dos cruzeiros, depois de já ter conseguido ser fulcral no que diz respeito ao transporte aéreo.

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“Para assegurar que o porto continue a ser (...) um pilar económico significativo do Dubai, estamos a trabalhar para melhorar as suas capacidades”, adiantou o sultão Ahmed bin Sulayem, presidente e CEO da DP World, multinacional de logística com sede no Dubai. Na época de cruzeiros 2021/22, o Porto Rashid conta receber 126 escalas que representam mais de meio milhão de visitantes. Objectivo traçado: tornar o Dubai a capital dos cruzeiros do Médio Oriente, adiantou o director-geral do Departamento de Economia e Turismo do emirado, Helal Saeed Almarri, que não deixou de notar que este megaevento acontece num ano de extrema relevância, em que o Dubai recebe a Exposição Mundial (atrasada um ano por conta da pandemia) e se assinala o Jubileu de Ouro nos Emirados Árabes Unidos, a 2 de Dezembro, data da declaração de independência do Reino Unido.

Já a MSC quer um lugar nesse futuro. “Porto Rashid é hoje um lar para nós e será sempre”, declarou o presidente executivo da MSC Cruzeiros, Pierfrancesco Vago, que agradeceu aos EAU pelo seu “precioso apoio” para acolher o baptismo do MSC Virtuosa que reuniu agentes de viagens, comerciais e jornalistas de todo o mundo. Uma postura partilhada pelo CEO da MSC Cruzeiros, Gianni Onorato: “A nossa presença aqui não vai parar; vamos atrair mais visitantes internacionais [ao emirado]”. E Onorato não perdeu a oportunidade para deixar uma palavra de alento a um sector que esteve totalmente paralisado por causa da pandemia de covid-19: “Temos de estar confiantes e continuar, todos juntos.” O próprio evento foi desenhado para respeitar as apertadas regras sanitárias do Dubai, com todos os viajantes a apresentarem, além de certificado de vacinação, teste PCR negativo, alinhando ainda com os protocolos da MSC – o que implicou outro teste PCR, realizado ainda no aeroporto, antes de embarcar no navio e integrar as actividades programadas, nomeadamente uma visita à Expo.

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A encruzilhada da sustentabilidade

Há muito neste navio, o mais avançado tecnologicamente de forma a reduzir o impacte ambiental, que se interliga com os destinos do emirado que actualmente se vê na encruzilhada de criar uma sociedade sustentável, um dos motes mais fortes da Exposição Mundial que recebe este ano, ao mesmo tempo que lida diariamente com níveis elevados de poluição devido sobretudo à emissão de gases poluentes, que em muitos dias impede o azul do céu de dar o ar da sua graça.

Mas tendo em conta os arranha-céus que nos rodeiam, os campos de relva verdejante e até a existência de uma estância de esqui dentro de um centro comercial (o maior do mundo, claro) numa área onde, até há 50 anos, só havia deserto, não seria de admirar que o objectivo seja conseguido – e até mais depressa do que se imagina.

Já na MSC Cruzeiros, a meta passa por “alcançar zero emissões líquidas de gases com efeito estufa nas suas operações marítimas até 2050”, e o novo Virtuosa traz virtudes além do nome: sistemas híbridos de limpeza de gases de escape, de redução catalítica selectiva de última geração, de tratamento de águas residuais de acordo com a Resolução MEPC 227 (64) da Organização Marítima Internacional e de alimentação energética shore-to-ship, que permite, quando acostado, receber energia eléctrica limpa. Mais: foi desenhado de forma a minimizar a intrusão no mundo marítimo. Ou seja, o design do casco e a casa das máquinas emitem menos ruído, o que permite reduzir de forma significativa “os potenciais efeitos na fauna marinha”.

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Tudo junto permitiu o reconhecimento do Bureau Veritas, especialista em testes, inspecções e certificação, que atribuiu ao navio-cruzeiro 11 Pérolas Douradas “pelo seu leque de detalhes inovadores, incluindo protecção ambiental, saúde e segurança”, e ainda o recém-criado selo Biorisk, tornando-se o primeiro a ser reconhecido pela capacidade de mitigação e gestão de risco de doenças infecciosas para passageiros.

O inovador navio tem 19 decks, dez restaurantes, 21 bares (e um tem o Rob, apresentado como o primeiro bartender robótico humanóide futurista do mundo) e lounges, teatro, além de cinco piscinas, spa e centro de fitness, um parque aquático, um clube para crianças e adolescentes e uma enorme promenade de 112 metros de comprimento, com uma cúpula celeste de LED no tecto.

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A viagem inaugural do MSC Virtuosa partiu este domingo, com escalas em Abu Dhabi, ilha Sir Bani Yas e Doha, no Qatar, mas o navio continuará por estas águas até Março, em cruzeiros de oito ou quatro dias. A partida para outras paragens será a 26 de Março, quando zarpa para Barcelona, numa viagem de 21 dias, com escalas nos Emirados Árabes Unidos; Mascate, Omã; Jidá​, Arábia Saudita; Safaga, Egipto; Heraklion, Grécia; Nápoles, Civitavecchia e Génova, Itália; e Marselha, França. Os preços dos percursos arrancam nos 320€, sem taxas portuárias.


A Fugas viajou a convite da MSC Cruzeiros

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