Vitorino distinguido com Prémio Pedro Osório da Socidade Portuguesa de Autores

É o décimo músico distinguido com o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores. Ainda não é este ano que o prémio, com uma dezena de anos, é atribuído a uma mulher.

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Vitorino é o décimo músico a receber o prémio da SPA Daniel Rocha

O músico português Vitorino Salomé, conhecido apenas como Vitorino, foi distinguido com o Prémio Pedro Osório, da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), pelo álbum Crónicas da Flor da Laranjeira, editado este ano, anunciou segunda-feira aquela cooperativa.

“O prémio, como aconteceu noutros casos, consagra também uma vida de trabalho dedicada à criação musical, à interpretação e à comunicação com o público”, referiu a SPA num comunicado hoje divulgado, no qual anuncia que o Prémio Pedro Osório é atribuído a Vitorino Salomé, “com mais de 40 anos de carreira, pela edição do CD Crónicas da Flor da Laranjeira, editado este ano”.

Vitorino editou o álbum de estreia, Semear Salsa ao Reguinho, em 1975, que inclui a canção que desde cedo marcou a carreira do músico alentejano, Menina estás à janela, e outras que também definiram o seu percurso, como Cantiga d'um marginal do século XIX, Cantiga de uma greve de verão e Morra quem não tem amores.

O Prémio Pedro Osório - instituído como homenagem ao compositor, pianista e maestro desaparecido em 2012 - já distinguiu uma dezena de músicos como Sérgio Godinho (2020), Luís Represas (2019), Júlio Pereira (2018), Fernando Tordo (2017), José Cid (2016), Janita Salomé (2015), Pedro Abrunhosa (2014) Rão Kyao (2013) e Jorge Palma (2012).

Em dez anos de vida, não foi, no entanto, distinguida nenhuma mulher. “O prémio não foi ainda atribuído a uma autora/mulher porque essa escolha, de facto, ainda não se impôs por parte dos membros do júri e da direcção, mas há trabalhos de sobra que são merecedores do referido prémio”, afirmou Pedro Campos, administrador da SPA e um dos membros do júri, comentando a ausência a pedido do PÚBLICO. “Este ano essa possibilidade foi considerada e discutida.”

O júri que atribui o prémio é constituído pelos membros da administração da SPA ligados à área da música. Este ano, além de Pedro Campos, escolheram o vencedor José Jorge Letria e Tozé Brito, num prémio que foi ainda homologado pela restante direcção da SPA.

A data de entrega do prémio a Vitorino “será oportunamente anunciada”.

​Desde 1975, o músico publicou álbuns como Os Malteses (1977), Não Há Terra que Resista - Contraponto (1979), Romances (1981), Flor de La Mar (1983), Leitaria Garrett (1984)Sul (1985), Negro Fado (1988), Cantigas de Encantar (1989), Eu que me Comovo por Tudo e por Nada (1992), A Canção do Bandido (1995), La Habana 99 (1999), Alentejanas e Amorosas (2001), Tango (2009), Viva a República, viva! (2010) e Vem Devagarinho para a Minha Beira (2020)​. Na carreira de Vitorino destacam-se ainda canções como Queda do império, Vou-me embora, Fado Alexandrino, O dia em que me queiras, Laurinda, Ó rama, ó que linda rama, entre criações próprias, de origem tradicional ou de raiz histórica, como Carbonárias, Marcha da patuleia ou Maria da Fonte

Notícia actualizada a 30 de Novembro com reacção da SPA

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