Com o regresso dos testes, qual é a despesa com que devemos contar?

Mesmo quem está vacinado terá que apresentar teste negativo para visitar família ou amigos num hospital ou num lar, ou se quiser entrar numa discoteca ou num bar. A maior parte dos não vacinados também terá que fazer testes para ir a um restaurante ou ficar num hotel.

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Adriano Miranda

Se é verdade que as novas medidas de combate à pandemia vão obrigar os portugueses a apresentarem testes negativos ao novo coronavírus para entrar em determinados locais, como discotecas e bares, hospitais ou lares, também há que recordar que o Governo reactivou a comparticipação a 100% dos testes rápidos de antigénio, que, contudo, está limitada a quatro exames por mês por pessoa. 

Tudo que ficar para além disto terá que ser suportada pelos cidadãos. Não há preços fixos para os testes em Portugal, por isso, o seu preço varia, como também pode variar a sua qualidade e fiabilidade. Os de antigénio, que detectam as proteínas da superfície do vírus, são um pouco menos fiáveis, mas bastante mais baratos do que os PCR. Estes últimos são testes moleculares que procuram o material genético do próprio vírus — neste caso o ácido ribonucleico (ARN) — que usam uma técnica chamada “reacção em cadeia da polimerase” ou RT-PCR, na sigla em inglês, e são considerados os exames de referência. 

A Cruz Vermelha realiza os testes mais baratos do país para particulares. Os rápidos de antigénio custam 20 euros, um terço do valor cobrado pelos RT-PCR (60 euros). As maiores redes de laboratórios cobraram preços maiores. Se a Germano de Sousa e a Joaquim Chaves ainda continuam a pedir 100 euros por um PCR standard e 105 por um em que a amostra é saliva, a Unilabs baixou os preços para 80 euros, independentemente do tipo de material colhido. 

Na Synlab, os PCR custam 90 euros (85 nos aeroportos) e os de antigénio 30 euros (25 nos aeroportos). Unilabs e Germano de Sousa cobram 25 euros por testes rápidos de antigénio, enquanto a Joaquim Chaves leva 35 euros (os de antigénio feitos em laboratório cujos resultados demoram até 24 horas custam 25 euros). 

Das grandes redes de laboratórios, apenas a do médico Germano de Sousa realiza os testes rápidos de antigénio comparticipados pelo Estado, que qualquer pessoa pode fazer gratuitamente em laboratórios ou farmácias até um máximo de quatro por mês. No entanto, os laboratórios de Germano de Sousa não integram a lista de locais que aderiram a esta programa, que pode ser consultada no site da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) e contabilizava esta sexta-feira 627 farmácias e 171 laboratórios em todo o país.

Os valores cobrados pelos laboratórios aos particulares são, por vezes, o dobro do que o Estado paga pelo mesmo exame. Desde 1 de Julho passado, que os laboratórios privados recebem 45 euros por cada teste PCR realizado a pedido do Serviço Nacional de Saúde (que é grátis para o utente). 

Recorde-se que a partir de 1 de Dezembro, será exigido a todos que chegam a Portugal Continental um teste negativo ao novo coronavírus. ​​Tanto para quem entra por via aérea, como por via terrestre ou marítima. Será obrigatório a apresentação do Certificado Digital COVID da União Europeia na modalidade de certificado de teste ou um comprovativo de teste negativo. Em ambos os casos são admitidos tantos os testes PCR como os testes rápidos de antigénio. A diferença é que enquanto os primeiros podem ser realizados nas 72 anteriores à hora do embarque, nos segundos esse intervalo reduz-se para 48 horas. 

O Governo anunciou ainda que a partir da próxima quarta-feira será obrigatório apresentar o Certificado Digital COVID da União Europeia no acesso aos restaurantes, hotéis e similares, eventos com lugares marcados (como cinemas ou teatros) e ginásios. Quem está vacinado já possui o certificado por essa via, acontecendo o mesmo com quem recuperou da covid nos 180 dias anteriores (o prazo conta-se a partir do dia em que testou positivo). Quem não reúne nenhuma das condições anteriores pode obter o certificado com a realização de um teste. Os PCR tem uma duração de 72 horas e os testes rápidos de antigénio de 48 horas.

As novas medidas de combate à pandemia exigem a apresentação de teste negativo às visitas que queiram entrar em hospitais, lares, cuidados continuados, instituições que acolhem crianças ou deficientes, independentemente de serem ou não vacinadas. A mesma regra aplica-se a quem quer entrar em eventos de grande dimensão sem lugares marcados, recintos desportivos, bares e discotecas.

O Ministério da Saúde esclareceu o PUBLICO que quem não esteja vacinado poderá aceder a restaurantes, hotéis e ginásios desde que apresente um teste negativo​ que tanto pode ser de antigénio como PCR.

Será também possível apresentar autotestes realizados nas 24 horas anteriores na presença de um profissional de saúde que certifique o seu resultado ou o mesmo tipo de testes à porta do estabelecimento, como aconteceu no Verão — algo que só foi confirmado pelas autoridades no dia 3 de Dezembro. 

“No caso das visitas a lares e a hospitais e no caso dos grandes eventos, podem ser admitidos outros testes que venham a ser definidos pela DGS e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge”, tinha respondido o Ministério da Saúde ao  PÚBLICO anteriomente.​

Notícia actualizada a 05 de Dezembro

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