Golden Slumbers anunciam álbum para 2022 com a estreia da canção-título, I love you, Crystal

Têm o mesmo nome de uma das canções do celebrado Abbey Road dos Beatles e cantam em inglês, mas são portuguesas e iniciaram em 2013 um projecto folk a que se atribuem ecos de Simon & Garfunkel, Fleetwood Mac ou Laura Marling. O nome desse projecto é Golden Slumbers e nasceu quando as irmãs Catarina e Margarida Falcão começaram a compor canções no seu quarto. I Found The Key, um EP com seis canções, foi a sua estreia discográfica, em 2014, seguindo-se-lhe o álbum The New Messiah, em 2016, com canções (dez, no total) como Foreigner, The Hunt, New Messiah, Love ou Mourning song. Esse foi também o ano que lhes deu passaporte para vários festivais (NOS Alive, Bons Sons, Festas do Mar, Festival para Gente Sentada, Vodafone Mexefest, EDP Vilar de Mouros), antes de se aventurarem no Festival RTP da Canção de 2017, defendendo (em português) a canção Para perto, de Samuel Úria, no ano em que Salvador Sobral ganhou com Amar pelos dois.

Agora, após um período em que se dedicaram mais a outros projectos paralelos (Monday e Vaarwell), as Golden Slumbers anunciam para Março de 2022 um novo álbum, estreando esta sexta-feira a canção que lhe dá título, I love you, Crystal, com um videoclipe realizado por Martim Braz Teixeira. No texto que anuncia o single, escrevem: “Construímos a I love you, Crystal a partir de uma tranche de uma maquete com a qual estávamos insatisfeitas. Estávamos em casa da nossa avó quando a decidimos reescrever e a letra, embora falando de um assunto sério, acabou por seguir um caminho mais satírico, inspirado por histórias que nos são próximas. Sem grandes expectativas, saiu-nos ali o tema que deu nome ao disco e é a primeira canção que quisemos partilhar com as pessoas.” O vídeo, diz por sua vez no comunicado de lançamento Martim Braz Teixeira, foi inspirado “muito livremente num culto chamado ‘freedomites’”, a partir da história que inspirou a feitura da própria canção: “Além da minha interpretação, as Golden contaram-me que se inspiraram numa história verídica de uma rapariga que fazia parte de um culto contra a sua vontade.” O resultado tem ecos fílmicos de algum cinema surrealista: “Visualmente”, diz, “fui beber muito ao cinema surrealista do Jaromil Jireš ou Judorowski, para nomear alguns.”