Cartas ao director

Inverter as dinâmicas demográficas

Muito se tem referenciado sobre o despovoamento do interior e suas consequências ao nível democrático. Contudo, presentemente, continuamos a assistir e a lamentar o abandono populacional desses territórios. Circunstâncias que atestam bem a falta de vontade política para alguns e a ausência de uma estratégia globalizante para os demais. Assim, mediante a astenia e o adormecimento dos nossos decisores, urge continuar a clamar por uma verdadeira política de fixação e atracção de pessoas e empresas para não comprometermos o futuro colectivo. E sendo um dos maiores problemas e desafios desde sempre, na verdade, há que saber enfrentá-lo com a maior celeridade possível e todos os meios que estejam disponíveis.

Por isso, importa construir uma plataforma colaborativa no âmbito regional e nacional com os centros de inovação e alocar todas as instituições preocupadas com a envolvência da temática. E, deste modo, dinamizar e fortalecer as economias regionais, apostando na valorização dos seus produtos endógenos e suas potencialidades para inverter as dinâmicas demográficas. Uma situação desafiante na qual é possível agir com sustentabilidade para abrir as portas do emprego, com vista a esses lugares não se tornarem inóspitos e um travão no processo evolutivo do país.

Manuel Vargas, Aljustrel

As denúncias de Santana Castilho e as medidas eficazes que faltam

O professor Santana Castilho (SC), nos seus artigos no PÚBLICO, não tem deixado de reconhecer o papel importante que os professores desempenham na sua nobilitante missão de ensinar. SC também não tem deixado de escrever textos denunciando, construtivamente, as políticas erráticas e inconsistentes do Ministério da Educação que, em vez de estimular e apoiar os docentes na sua prática pedagógico-didáctica, ao invés, enreda-os numa burocrática e administrativa teia labiríntica desmotivando os docentes que não encontram espaço e tempo para a verdadeira função que é transmitir conhecimentos. Apesar da pandemia da covid que tem agravado os problemas existentes na educação e noutras áreas e sectores de actividade, SC está convicto  e os docentes têm consciência da situação porque a sentem na pele – que para devolver o prestígio aos professores bastariam algumas medidas que sintetizou no artigo “Dar um murro em ponta de faca” (24 de Novembro). Cito: 1. Proteger os professores da violência a que estão sujeitos nas escolas; 2. Erradicar a burocracia inútil que não para de aumentar; 3. Mudança das regras de acesso aos quadros e de progressão na carreira; 4. Salários justos; 5. Incentivos para o exercício da docência no interior do país. Quem ousa e tem coragem de aplicar estas justas medidas? Quem?

António Cândido Miguéis, Vila Real

Os médicos são piegas

Os portugueses mostram o seu melhor quando partir em auxilio dos outros é emergente, essa foi a missão de todos os profissionais de saúde nos últimos dois anos, o seu sacrifício pessoal e familiar que todos verificámos dá-nos uma luz do que somos enquanto seres humanos com DNA português. É por essa inexcedível persistência e resiliência às dificuldades que são absolutamente inacreditáveis as afirmações da ministra da Saúde. Percebe-se que após o abismo em que vai deixar o SNS a ministra se vai embora com missão cumprida, talvez ainda não tenha percebido mas já está fora de validade.

Luís Duarte, Oliveirinha

Áustria, Portugal e covid-19

A Áustria teve muito mais resistentes entre a população à vacinação, às máscaras, a acatar indicações anti-covid-19. Portugal, nisso esteve muitíssimo melhor. Na Áustria, como em muitos países mais desenvolvidos da Europa Central, houve reacções contra a vacinação, contra alguém obrigar a andar de máscara ou proibir deslocações. O que em Portugal foi sendo bem aceite pela generalidade da população, e fez com que se chegasse aos 85% de vacinados,  enquanto a Áustria estava no 60%.
E como o frio chegou, nos países onde era mais fácil a propagação do vírus, por terem uma grande percentagem da população sem protecção, os casos e mortes voltaram a disparar. Caso da Áustria - implicitamente voltou ao confinamento e estuda forma legal de obrigar a vacinar.
Em Portugal, agora com quase 88% de vacinados com duas doses, baixou-se um pouco a guarda.
Chegados aqui, tanto Áustria como Portugal viram a situação piorar e ambos correm agora atrás do prejuízo.
Augusto Küttner de Magalhães, Porto

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