Presidente ucraniano alerta para tentativa de golpe de Estado com o apoio da Rússia

“Fui informado que um golpe de Estado acontecerá no nosso país a 1 ou 2 de Dezembro”, disse Volodymyr Zelenskiy. O Kremlin negou estar envolvido ou ter intenções de participar em tais acções.

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Volodymyr Zelenskiy, Presidente da Ucrânia VALENTYN OGIRENKO/Reuters

Os serviços secretos ucranianos têm informações sobre uma possível tentativa de golpe de Estado, planeada por um grupo de ucranianos e russos, para acontecer em Dezembro na Ucrânia, disse esta sexta-feira o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy.

“Enfrentamos desafios não só da Federação Russa e de uma possível escalada [das tensões], [mas também] enfrentamos desafios internos. Fui informado que um golpe de Estado acontecerá no nosso país a 1 ou 2 de Dezembro”, disse Zelenskiy numa conferência de imprensa.

O Kremlin rapidamente veio negar o seu envolvimento no golpe, afirmando não ter intenções de participar em tais acções.

O Presidente ucraniano não adiantou mais detalhes, nem acusou Moscovo de estar envolvido. Mas referiu o aumento da tensão na fronteira com a Rússia, onde mais de 92 mil soldados estão concentrados às portas da Ucrânia, levantando preocupações sobre uma invasão russa.

Sobre o possível confronto entre os dois países, Zelenskiy garantiu que a Ucrânia tem “o controlo total das fronteiras e [está] totalmente preparada para uma escalada [das tensões]”​.

Ainda assim, o seu chefe de gabinete, Andriy Yermak, entrará em breve em contacto com representantes da Rússia para discutir o impasse entre os dois países, referiu Zelenskiy. Separadamente, Yermak disse que iria contactar o vice-chefe de gabinete do Kremlin, Dmitry Kozak.

A informação sobre os planos para levar a cabo um golpe de Estado foi obtida através de gravações de áudio a que as secretas ucranianas tiveram acesso. Segundo o Washington Post, o nome do homem mais rico da Ucrânia, Rinat Akhmetov, foi mencionado pelos alegados orquestradores do golpe, embora o Presidente ucraniano tenha clarificado que o magnata não está envolvido no plano de rebelião.

“Acredito que [Akhmetov] está a ser arrastado para a guerra contra a Ucrânia”, disse o chefe de Estado ucraniano. “Isto será um grande erro, porque não se pode lutar contra o seu próprio povo”, citou o jornal norte-americano.

Nas últimas semanas, a imprensa ucraniana tem referido as crescentes tensões entre Akhmetov e Zelenskiy. Isto porque o Presidente iniciou uma campanha para diminuir a influência política dos oligarcas ucranianos, que controlam sectores chave da economia, e Akhmetov tem aumentado o tom das suas críticas contra o chefe de Estado, nota o Washington Post.

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