Portugal descobre hoje “quanto custa” o bilhete para o Qatar

Depois de ter desperdiçado o bilhete “low-cost”, Portugal poderá ter de “pagar” bastante para ir ao Qatar, tendo apenas 25% de hipóteses de estar no Mundial, com três lugares para 12 candidatos.

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Reuters/CLODAGH KILCOYNE

Nesta sexta-feira, alguns minutos depois das 16h de Portugal continental, vai ser possível prever as probabilidades teóricas de a selecção nacional portuguesa estar no Mundial 2022. Mas isso será depois de ver o sorteio do play-off (a jogar a 24 e 29 de Março) e analisar os adversários.

Por agora, no campo real das probabilidades, o cenário é fácil de traçar: depois de ter desperdiçado o bilhete “low-cost, Portugal vai ter de “pagar” bastante para ir ao Qatar, tendo apenas 25% de hipóteses de estar no Mundial, com três lugares para 12 candidatos.

Para a selecção, que não falha uma fase final de uma grande competição desde o Mundial de 1998, estar no play-off tem um sabor agridoce. Por um lado, o registo de Portugal em eliminatórias deste tipo é 100% vitorioso, além de que vai poder enfrentá-la com o estatuto de cabeça-de-série. Por outro, ser obrigada a mais 180 minutos de futebol era algo que a selecção desdenharia, sobretudo neste play-off em concreto, que poderá ser mais espinhoso do que os anteriores.

Evitar a Itália e “pedir” a Macedónia

Tornou-se trivial dizer que este play-off é mais difícil porque exige dois jogos para estar no Mundial, mas, em rigor, aí não existe mudança alguma: antes eram dois jogos com o mesmo adversário (casa e fora), enquanto agora são também dois jogos, mas com adversários diferentes (apenas um jogo com cada um).

O que muda – e que pode vir a tornar este play-off mais exigente – é que se apuram três de 12 equipas (e não quatro de oito, como antigamente), além de que Portugal poderá ter de enfrentar uma equipa de nível bastante elevado, como a Itália.

Os moldes são simples. Das 12 equipas, seis são cabeças-de-série (Portugal, Escócia, Itália, Rússia, Suécia e País de Gales) e vão receber, em casa, as seis equipas menos cotadas (Turquia, Polónia, Macedónia do Norte, Ucrânia, Áustria e República Checa).

Depois, os vencedores desses seis jogos vão defrontar-se também numa única partida, “finais” das quais sairão os três últimos países europeus apurados para o Mundial 2022, juntando-se a Sérvia, Espanha, Suíça, França, Bélgica, Dinamarca, Países Baixos, Croácia, Inglaterra e Alemanha.

Tal equivale a dizer que, no primeiro jogo, Portugal deverá ser favorito, mas, no segundo, com alguma falta de fortuna à mistura, poderá vir a enfrentar um dos outros cabeças-de-série.

E os possíveis adversários ficarão definidos nesta sexta-feira, porque o sorteio apontará desde já o emparelhamento para a “final” do play-off, bem como que equipa jogará em casa no segundo jogo.

100% de sucesso

Estar no play-off não é uma novidade para Portugal, que teima em apostar no caminho mais tortuoso para chegar às fases finais das competições. Uma viagem pelos apuramentos permite perceber que, neste século, Portugal só por duas vezes, em 12 competições, conseguiu garantir o apuramento para a prova antes do último suspiro da fase de qualificação (2006 e 2016).

De resto, os apuramentos foram assegurados na última jornada e, em três dessas ocasiões, só depois de sobreviver a um play-off: Portugal esteve no Mundial 2014, no Euro 2012 e no Mundial 2010 sempre com recurso a uma eliminatória.

Foram duas vezes frente à Bósnia (2010 e 2012) e uma frente à Suécia, no célebre play-off em que Cristiano Ronaldo fez um hat-trick em Solna, deixando os escandinavos a ver o Mundial em casa.

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