Cinco militares, dois GNR e um PSP envolvidos no caso do tráfico de diamantes alvo de processos internos

Além de um processo judicial que ainda está em investigação, alguns dos suspeitos já foram alvo de processos disciplinares nas forças onde prestam serviço. Está em causa uma alegada rede que se dedicava ao tráfico de diamantes, ouro, droga e branquemento de capitais.

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CEMGFA

Cinco militares no activo, dois GNR e um PSP que são suspeitos de fazerem parte de uma rede que se dedicava ao tráfico de diamantes, ouro, droga e branqueamento de capitais, no âmbito da Operação Miríade, além de serem alvo de uma investigação judicial, já foram alvo de processos disciplinares por parte das respectivas forças onde prestam serviço.

Segundo o Expresso, é o caso do sargento T. Gaspar, do capitão P. Santos, do capitão R. Marçal, do capitão N. Loureiro e do major S. Marques que são suspeitos de cumplicidade com Paulo Nazaré, ex-comando e alegado líder da rede de tráfico de diamantes, ouro e droga proveniente da República Centro-Africana, que chegavam a Portugal através de voos militares.

As Forças Armadas têm estado em silêncio sobre o processo, mas no Parlamento, na última sexta-feira, diz o semanário, o chefe do Estado-Maior do Exército, general José Nunes da Fonseca, deu algumas pistas aos deputados que o ouviram na comissão parlamentar de Defesa Nacional. “Em 12 de Novembro determinei a instauração de processos de averiguações sobre os factos que são imputados a militares do Exército, a fim de apurar a existência de indícios da prática de infracções disciplinares com a identificação dos seus autores.”

Há ainda dois militares da GNR que também foram constituídos arguidos no caso. N. Stashko, que integrou a mesma missão de Paulo Nazaré na República Centro-Africana e que ainda se encontrava num curso de formação da GNR e outro, F. Manuel, que já fazia parte da GNR há alguns anos, estando actualmente com licença sem vencimento, e que detinha em seu nome várias empresas de construção alegadamente ligadas ao esquema de branqueamento de capitais.

Em resposta ao Expresso, a GNR disse que o guarda-provisório foi suspenso do curso de formação que se encontrava a frequentar.

Em relação ao segundo elemento indicado, a GNR respondeu que apesar de estar com licença ilimitada desde Março de 2021, também lhe foi instaurado o respectivo procedimento disciplinar.

Já M. Oliveira, que frequentou o curso de formação de agentes da Polícia de Segurança Pública, na Escola da PSP de Torres Novas, terminado em Outubro de 2021, foi suspenso de funções e proibido de se ausentar do território nacional, após decisão do juiz de instrução Criminal. O agente está também “sujeito a apresentações periódicas” e “à proibição de contactos com outros arguidos”.

Na sequência da sua detenção a PSP disse que foi-lhe instaurado um processo disciplinar, tendo-lhe sido sujeita a medida de desarmamento.

também dois advogados entre os arguidos: Artur A. e Jorge M. Ao Expresso, o bastonário da Ordem dos Advogados (OA), Luís Menezes Leitão, garante que ainda não detém qualquer informação sobre a existência de advogados no processo. “Se houver elementos que justifiquem a abertura de processos disciplinares, os nossos órgãos deontológicos actuaram.”

A Operação Miríade fez 66 arguidos e investiga um universo de 40 empresas. Estão em causa suspeitas de crimes de tráfico de diamantes, ouro, droga, phishing e branqueamento de capitais.

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