Audiogest cria fundo de 1,3 milhões de euros para financiamento de projectos musicais

Através do financiamento de projectos de música de artistas nacionais, a Audiogest pretende “apoiar a recuperação do sector após dois anos de fortes restrições ao nível da edição musical, devido à pandemia”.

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miguel manso

A Associação para a Gestão e Distribuição de Direitos (Audiogest) criou um fundo, com dotação de 1,3 milhões de euros, para financiamento de projectos de música de artistas nacionais, cujas candidaturas decorrem até sexta-feira.

De acordo com a Audiogest, num comunicado divulgado nesta terça-feira, o “valor do fundo será directamente canalizado para o apoio a projectos de edição de música nacional e irá beneficiar a totalidade do universo dos associados da Audiogest, que inclui as grandes majors internacionais - responsáveis, em 2020, pela venda física e digital de cerca de 65% de todo o reportório nacional - e as editoras e artistas portugueses independentes”.

A Audiogest representa “180 associados, dos quais 40 produtores estrangeiros que operam em Portugal e 140 nacionais”.

Através do financiamento de projectos de música de artistas nacionais, a Audiogest pretende “apoiar a recuperação do sector após dois anos de fortes restrições ao nível da edição musical, devido à pandemia”.

As candidaturas a este fundo de 1,3 milhões de euros, que “representa cerca de 7% do mercado total nacional da música, nas suas diversas plataformas e mais de 10% do investimento total anual da indústria da edição musical em Portugal”, encerram na sexta-feira.

“As verbas disponibilizadas são provenientes dos fundos culturais geridos pela Audiogest, que constitui uma percentagem sobre os direitos cobrados, e serão disponibilizadas na sequência de um processo de candidatura não concursal e que se destina a garantir a efectiva afectação dos apoios a investimentos relacionados com a edição de reportório português”, explicou aquela associação.

A Audiogest recordou que, no ano passado, “quando todos os espectáculos musicais foram adiados ou cancelados, as editoras nacionais conseguiram manter os seus níveis de investimento, revelando enorme resiliência e assumindo - mesmo em circunstâncias particularmente adversas - o seu papel insubstituível de transformar talento em sucesso”.

Este ano, alerta, “a redução dos direitos distribuídos poderia pôr em risco a continuidade desse investimento, numa altura em que se torna fundamental o lançamento de novos projectos musicais”.

A Audiogest lembra que o sector da produção e edição musical “tem estado sistematicamente arredado de qualquer apoio específico recorrente por parte do Estado, em flagrante contraste com outros sectores culturais”.

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