Rangel formaliza candidatura e mantém tabu sobre cenários pós-legislativas

Candidato à liderança do PSD quer apresentar programa eleitoral daqui a um mês.

Foto
Rangel lembra que até hoje o PS nunca viabilizou governos ou orçamentos do PSD LUSA/RODRIGO ANTUNES

Paulo Rangel chegou à sede nacional do PSD acompanhado por oito elementos da sua candidatura à liderança do partido, entregou 2600 assinaturas (mais do que o exigido) e falou aos jornalistas para apresentar as linhas gerais da moção de estratégia global. Mas manteve o tabu sobre os cenários do pós-legislativas – que também não são clarificados na moção – e anunciou que apresentará o programa eleitoral para as eleições gerais dentro de um mês, caso vença as directas do próximo sábado.

O adversário de Rui Rio nas directas reafirma a necessidade de um “Governo estável para o PSD”, recusando-se fazer “cálculos aritméticos”.  “É esse repto que faço aos portugueses e não vou sair daqui”, rematou em resposta às perguntas dos jornalistas.

Rejeitando que haja “ambiguidade” na sua moção, ao não esclarecer se fará entendimentos com o PS no caso de um governo do PSD minoritário, Paulo Rangel coloca a questão do avesso. “Já houve vários casos ao longo da história constitucional portuguesa desde 1976 em que o PSD viabilizou governos minoritários do PS ou orçamentos do PS, nunca sucedeu aconteceu contrário até hoje”, afirmou, desvalorizando a frase inscrita na moção de que terá respeito pela vontade dos eleitores.

“É apenas para dizer que não temos arrogância, não tem outras leituras”, disse.

Na moção, o candidato não assume preferência por uma sensibilidade interna, defendendo que é preciso agregar todas as tendências no sentido de retomar “a tradição do PSD como casa comum de sociais-democratas, liberais, conservadores e sociais-cristãos”. Questionado sobre se receia ser conotado com a ala mais à direita quando tem um adversário interno posicionado ao centro e um potencial adversário, António Costa, com o mesmo perfil, Paulo Rangel recusa “alienar” qualquer das sensibilidades. “Não é por acaso que na divisa [da campanha] está unir, crescer e vencer”.

Questionado sobre se a proposta da criação de uma comissão de Ética para avaliar os candidatos do partido a cargos públicos é a sua versão do “banho de ética” defendido por Rio, Rangel sustentou que esse organismo “pode ajudar” a que o processo seja mais “transparente”.

Depois de uma intervenção inicial de 21 minutos em que apresentou as linhas gerais da moção, Paulo Rangel deu a palavra ao coordenador do texto. O ex-ministro Miguel Poiares Maduro, que estava no conselho consultivo criado recentemente por Rui Rio, apontou Paulo Rangel como “a pessoa certa para oferecer a esperança a que os portugueses têm direito”.

Sugerir correcção
Ler 4 comentários