Parlamento sueco decide na quarta-feira se faz História ou não

Magdalena Anderson, actual ministra das Finanças e líder dos sociais-democratas, foi indigitada primeira-ministra, mas depende do Partido da Esquerda, que está relutante em aceitar um acordo.

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Magdalena Andersson foi eleita líder do Partido Social Democrata no início de Novembro Reuters/TT NEWS AGENCY

O parlamento sueco decidirá na quarta-feira se a líder dos sociais-democratas, Magdalena Andersson, será a primeira mulher a ocupar o cargo de primeiro-ministro do país. A dois dias da votação, subsiste a dúvida se Andersson, que foi esta segunda-feira indigitada pelo presidente do Parlamento, Andreas Norlen, conseguirá reunir apoio suficiente para liderar o novo Governo.

A actual ministra das Finanças está em negociações com o Partido da Esquerda para garantir o apoio necessário para substituir Stefan Lofven, que renunciou ao cargo de primeiro-ministro no início deste mês.

“Infelizmente, não conseguimos esclarecer todos os detalhes e não chegámos a acordo”, disse Andersson esta segunda-feira. “Ainda não ficou claro se serei aprovada pelo Riksdag [o Parlamento sueco], mas o presidente Norlen decidiu apresentar-me como candidata na votação para primeiro-ministro”, acrescentou, garantindo que as negociações com o Partido de Esquerda foram “construtivas”. O Partido do Centro já disse que não bloqueará a nomeação de Andersson.

“Ainda tenho esperança de que possamos chegar a um acordo”, disse a ministra.

Desde 2014 que Stefan Lofven liderava um governo de coligação frágil e minoritário com os Verdes e que contava com o apoio dos partidos do Centro e de Esquerda. Magdalena Andersson substituiu Lofven como líder Partido Social Democrata no início deste mês. 

Se Andersson não obtiver o apoio do Parlamento para se tornar primeira-ministra, não ficará claro quem poderá encabeçar o Governo. O líder dos Moderados, o maior partido da oposição, já afirmou que não vê como será possível formar um governo de centro-direita, dado o actual impasse político e a renitência em integrar os Democratas Suecos, de extrema-direita, numa eventual solução governativa.

A acontecer o chumbo de Andersson, o presidente do Riksdag ver-se-á obrigado a convocar eleições antecipadas, apenas dez meses antes das legislativas agendadas para Setembro de 2022 e numa altura em que os sociais-democratas estão ameaçados nas sondagens pelos Moderados e pelos Democratas Suecos.

A mais recente sondagem coloca o Partido Social Democrata com 25,7% das intenções de voto, seguido dos Moderados com 22% e dos Democratas Suecos com 20,4%. 

Se não houver acordo com o Partido da Esquerda, ficará também em causa a aprovação do orçamento, que será votado também na quarta-feira.

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