“Toda a Alemanha é um grande surto de coronavírus”

Lothar Wieler, director do Instituto Robert Koch, diz que um quarto dos distritos do país já tem mais de 500 casos por 100 mil habitantes. Nas últimas 24 horas foram mais 42 mil novos casos.

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“Se não tomarmos medidas agora, vamos ter um Natal realmente terrível”, alerta Lothar Wieler, director do organismo governamental encarregado de controlar as doenças infecciosas Reuters/CHRISTIAN MANG

As autoridades alemãs confirmaram neste domingo mais de 42 mil novos casos de covid-19 e notificaram um novo recorde de incidência acumulada durante a última semana, no meio de uma subida preocupante das infecções que está a preocupar as autoridades do país.

O Instituto Robert Koch, organismo governamental encarregado de controlar as doenças infecciosas na Alemanha, adiantou no seu site que nas últimas 24 horas registaram-se 42.727 novos casos (são já 5.354.942 no total desde o início da pandemia) e 75 mortos, aproximando o país da barreira dos 100 mil mortos por causa da pandemia – tem neste momento 99.062.

A incidência acumulada na última semana chegou aos 372,7 casos por 100 mil habitantes, com um total de 309.897 casos detectados nos últimos sete dias. Há cerca de um mês, o país tinha à volta de 85 casos por 100 mil habitantes.

Lothar Wieler, director do Instituto Robert Koch, alertou no sábado que o país poderá sofrer uma quinta onda de contágios se não aumentar a vacinação. “Se a redução de contactos e a vacinação não forem aplicados de forma intensa, também teremos uma quinta onda”, afirmou.

Na sexta-feira, Wieler referira que a Alemanha já tinha 110 distritos, isto é, um quarto dos distritos do país, com uma incidência acima de 500 casos por 100 mil habitantes: “Toda a Alemanha é um grande surto de coronavírus”.

“Se não tomarmos medidas agora, vamos ter um Natal realmente terrível”, disse Wieler.

Os presidentes dos estados acordaram na quinta-feira com o Governo federal a introdução de restrições para os não vacinados, face a uma situação que a chanceler, Angela Merkel, classificou como “dramática”.

Na reunião com os líderes estaduais, Merkel insistiu na ideia de que se trata de uma “emergência” e que a taxa de vacinação não é suficiente para travar uma nova onda de contágios.

A partir de agora, nos distritos onde a taxa de hospitalização supere os 3 por cada 100 mil habitantes a sete dias, só os vacinados poderão aceder a bares, restaurantes e outros espaços públicos fechados. Se o índice for de 6 ou mais por 100 mil habitantes, os vacinados terão de apresentar um teste negativo para entrar nesses espaços. Caso passe os 9 por 100 mil, então as autoridades poderão decidir-se pelo confinamento.

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