Trabalhadores da Santa Casa de Lisboa em greve sexta-feira por aumentos salariais

A melhoria das condições de trabalho, o reforço de pessoal e o descongelamento das progressões na carreira são outras exigências dos trabalhadores.

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Trabalhadores da Santa Casa de Lisboa fizeram a primeira greve de sempre em Abril de 2015 Daniel Rocha / Arquivo

Os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) vão realizar nesta sexta-feira uma greve de 24 horas para exigir aumentos salariais, podendo afectar serviços como creches e centros de dia, disse esta quinta-feira à Lusa fonte sindical. Em causa estão aumentos salariais, o descongelamento das progressões de carreiras, uma diferenciação significativa de níveis remuneratórios nas tabelas salariais e uma contratação colectiva que valorize e reforce os direitos dos trabalhadores.

Em declarações à agência Lusa, Patrícia Rodrigues, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, disse que foram decretados serviços mínimos, mas alguns serviços deverão ser prejudicados pela paralisação de trabalhadores. “Os serviços mais afectados deverão ser aqueles que não funcionam 24 horas por dia, como os de acção social, as creches, os centros de dia, equipas, entre outros”, adiantou.

A dirigente sindical adiantou que os trabalhadores decidiram avançar para a greve e concentração no Largo Trindade Coelho, em Lisboa, pelas 11h, “perante a recusa da Mesa da SCML em rever a sua política salarial e tentativa de reduzir direitos consagrados nos Acordos de Empresa”.

“As nossas revindicações prendem-se pela falta de aumentos de salários para todos os trabalhadores e também com a falta de progressões, tendo em conta que as de 2020 não aconteceram, em 2021 também não e presume-se que também ficarão congeladas as da 2022”, salientou.

A dirigente sindical disse que os trabalhadores pretendem manifestar-se também por um reforço de pessoal e melhoria das condições de trabalho. Patrícia Rodrigues contou que a SCML chegou a admitir a progressão dos trabalhadores, mas mais tarde a comissão negociadora sindical foi surpreendida com a comunicação de que não iria acontecer. De acordo com a dirigente sindical, a SCML justifica a situação com o agravamento das contas decorrentes da quebra nos jogos sociais e um aumento dos custos de funcionamento.

“A SCML mantém a posição. Diz que não há dinheiro, o Orçamento já está feito e não contempla a capacidade para poder fazer face às actualizações salariais e nem sequer se perspectiva a contratação de pessoal”, contou. Perante esta situação, realçou Patrícia Rodrigues, os trabalhadores “insatisfeitos” decidiram marcar esta grave para reivindicar os seus direitos.

A Lusa contactou a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que remeteu para mais tarde um comentário à paralisação.

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