Poesia de Pedro Eiras e romances de Gonçalo M. Tavares, Mia Couto e Luís Cardoso são finalistas do Oceanos

Também os autores brasileiros Jeferson Tenório, Cristovão Tezza e Santiago Nazarian estão entre os dez finalistas do Prémio Oceanos de literatura em língua portuguesa que foram anunciados esta quinta-feira através de uma sessão em streaming. É a primeira vez que a lista de finalistas conta com um romance do Timor-Leste, O plantador de abóboras.

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O timorense Luís Cardoso está entre os finalistas do Prémio Daniel Rocha

Pela primeira vez, a lista de finalistas do Prémio Oceanos de literatura em língua portuguesa​ conta com um romance do Timor-Leste, O plantador de abóboras, de Luís Cardoso, (uma alegoria poética sobre a História de Timor-Leste) entre os escolhidos entre as 54 obras semifinalistas, que incluem também autores do Brasil, de Moçambique e de Portugal. 

A poesia de Pedro Eiras em Inferno (o único livro de poesia desta lista e o primeiro de um tríptico) e o romance O osso do meio, de Gonçalo M. Tavares (uma novela que decorre no pós-guerra) são as duas obras portuguesas entre os dez finalistas do Prémio Oceanos de literatura em língua portuguesa. Também o romance O mapeador de ausências, do moçambicano Mia Couto (cuja acção decorre no Moçambique pré e pós-independência e é inspirado em pessoas e acontecimentos reais) está entre os finalistas.

A lista é ainda composta por cinco romances de autores brasileiros e um livro de contos: A tensão superficial do tempo, de Cristovão Tezza (um  livro que se decorre em meia-hora); Fé no inferno, de Santiago Nazarian (que aborda um tema histórico, o genocídio na Arménia em 1915, e nos fala do Brasil contemporâneo); Maria Altamira, de Maria José Silveira (baseado em factos reais, trata da luta dos povos indígenas pela sobrevivência); O ausente, de Edimilson de Almeida Pereira (o primeiro volume de uma trilogia que tem como cenário a vida rural brasileira) e O avesso da pele, de Jeferson Tenório (que com este livro, que fala sobre o racismo estrutural na sociedade brasileira, participou no Encontro de Leituras, o clube de leitura do PÚBLICO e do jornal brasileiro Folha de S. Paulo) e os contos Pessoas promíscuas de águas e pedras, de Thais Lancman ( uma colagem de experiências literárias).

Os jornalistas e críticos literários Manuel da Costa Pinto, do Brasil, e a colaboradora do PÚBLICO Isabel Lucas, de Portugal, apresentaram as obras seleccionadas e os seus autores leram excertos ou explicaram as obras. 

O júri que classificou os 10 livros foi constituído, no Brasil, pela professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Beatriz Resende, pela professora da Universidade de São Paulo (USP) e escritora Eliane Robert Moraes, pelo poeta e crítico literário Fábio Weintraub e pelo poeta, músico, produtor cultural, artista visual e editor Ricardo Aleixo.

Fizeram ainda parte deste júri o moçambicano Nataniel Ngomane, professor da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), em Maputo, e os portugueses Maria João Cantinho, escritora e crítica literária, e Pedro Mexia, escritor crítico literário. 

O Oceanos tem coordenação-geral da gestora cultural Selma Caetano; a curadoria para os países africanos de língua portuguesa está a cargo de Matilde Santos, curadora da Biblioteca Nacional de Cabo Verde; e ainda de Manuel da Costa Pinto, pelo Brasil, e de Isabel Lucas, por Portugal.

O valor total do Prémio Oceanos é de 250 mil reais brasileiros, sendo 120 mil reais para o vencedor, 80 mil reais brasileiros para o segundo classificados e 50 mil reais brasileiros para o terceiro.

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