Rede ajudava a simular furtos de carros no estrangeiro para serem vendidos às peças em Portugal

Esta terça-feira foram realizadas mais de 250 buscas e detido um homem por posse de arma proibida. Este e outros cinco suspeitos foram constituídos arguidos num inquérito que investiga crimes de furto qualificado, burla a seguros, receptação, falsificação e fraude fiscal.

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Margarida Basto

A GNR anunciou esta quarta-feira o balanço de uma megaoperação com mais de 250 buscas, a maior parte na região Centro, realizada na véspera para desmantelar uma rede que se dedicava a furtar veículos de alta cilindrada no estrangeiro ou a ajudar os proprietários a simular os respectivos roubos, sendo depois as viaturas remetidas para Portugal, onde eram vendidas às peças ou com outras matrículas. O objectivo da simulação do furto era ganhar dinheiro, por um lado, com a burla à seguradora e, por outro, com a venda da viatura.

A operação, desencadeada pelo Núcleo de Investigação Criminal do Comando Territorial de Viseu, resultou na detenção de um homem de 69 anos por posse de arma proibida e na constituição como arguido deste e de outros cinco suspeitos, com idades compreendidas entre os 35 e os 56 anos, no âmbito do processo de furto de veículos. Foram ainda apreendidos 14 carros de alta cilindrada, documentos de identificação e matrículas de viaturas furtadas, ferramentas para viciar números dos chassis e oito catalisadores. Também foram encontradas e apreendidas duas caçadeiras, 47 cartuchos, uma pistola de alarme, dois bastões extensíveis e gás-pimenta.

"No âmbito de uma investigação por furto de veículos de matrícula estrangeira, que se iniciou no mês de Março, foi possível apurar a existência de um esquema com origem em França e na Suíça, onde são furtados ou dados como furtados veículos de alta cilindrada, sendo esses veículos transportados para Portugal, onde são recepcionados e desmantelados para depois serem vendidos em peças, ou vendidos com outras matrículas”, lê-se no comunicado da GNR. A força de segurança acrescenta que no inquérito investigam-se crimes de furto qualificado, burla a seguros, receptação, falsificação e fraude fiscal.

"No decorrer das diligências de investigação, foi dado cumprimento a sete mandados de busca domiciliária e a 252 buscas não domiciliárias, nomeadamente em oficinas e em locais onde os visados possuíam os veículos parqueados”, detalha-se. As buscas decorreram nos concelhos de São Pedro do Sul, Viseu, Mangualde, Sernancelhe, Vagos, Vila Nova de Famalicão, Celorico de Basto e Seia.

Contactado pelo PÚBLICO, o tenente-coronel Adriano Resende, da GNR de Viseu, sublinhou que a investigação vai continuar e admitiu que a polícia possa estar a colaborar com autoridade estrangeiras para deslindar todos os contornos deste caso.

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