PS e PSD estiveram empatados nas sondagens das europeias, como diz Paulo Rangel?

Em recente entrevista, Paulo Rangel defendeu que, antes de Maio de 2019, PSD e PS estavam muito próximos nas intenções de voto. Numa primeira versão deste artigo, o PÚBLICO tinha concluído que estas declarações eram falsas. Porque procedeu à análise dos factos, analisando as sondagens das legislativas, quando o que estava em causa eram as eleições europeias. Daí que a conclusão original e erradamente publicada tivesse sido o Falso.

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O candidato à liderança do PSD afirmou que os sociais-democratas e o PS estiveram "tecnicamente empatados" nas sondagens em 2019 LUSA/FERNANDO VELUDO

A frase

“Até aí [crise dos professores no início de Maio de 2019], estávamos nas sondagens pratica e tecnicamente empatados com o PS”

Paulo Rangel, em entrevista à RR dia 15

O contexto

O candidato à liderança do PSD nas directas de dia 27 de Novembro estava a explicar por que razão o seu partido teve um resultado tão baixo nas eleições europeias que decorreram a 26 de Maio de 2019, e cuja candidatura foi por si encabeçada, atribuindo responsabilidades à direcção do partido, de Rui Rio, por ter alinhado numa coligação negativa com os partidos de esquerda para devolver o tempo integral de contagem de serviço dos professores que havia ficado congelado e, passado uns dias, ter mudado de posição.

Os factos

Como Rangel se refere às sondagens anteriores ao início de Maio de 2019, fomos ver esses números com base nas sondagens depositadas na Entidade Reguladora para a Comunicação Social. O social-democrata refere-se as duas sondagens para as europeias. Uma da Pitagórica para o JN e TSF (em Abril) que dava 30,3% ao PS e 28% ao PSD. No mesmo mês, uma sondagem da Aximage para a Cofina atribuía 31,7% ao PS e 29% à lista do PSD (encabeçada por Paulo Rangel).

Em termos de intenção de voto nas legislativas (em que a principal figura era o líder do PSD, Rui Rio), os números eram bastante díspares. Assim, em meados de Maio, a Católica dava 33% ao PS e 23% ao PSD e a Pitagórica 44,8% ao PS e 24,1% ao PSD. Em Abril, os números da Aximage eram de 35,6% para o PS e 28,1% para o PSD. Em Fevereiro, a mesma Aximage dava 37,5% ao PS e 25,2% ao PSD.  

Em resumo

Tendo em conta estas projecções, em Abril, antes da “chamada crise dos professores" PS e PSD estavam “praticamente empatados”. Depois, nas urnas, o resultado foi de 33,3% para o PS e 21,9% para o PSD. A declaração de Paulo Rangel é, portanto, verdadeira.

Este artigo foi actualizado dia 18 de Novembro às 10h01 porque assentava em resultados de sondagens sobre eleições legislativas e não sobre sondagens sobre as europeias, que era o que estava em causa. A conclusão original, que concluía que as declarações eram falsas, estava portanto errada. A Paulo Rangel e aos leitores as nossas desculpas pelo erro.

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