Arquitectura

Uma pequena casa no Porto onde ninguém se sente “demasiado pequeno” (mas pode brincar)

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Eles não queriam uma casa “grande de mais” – “onde nos sentíssemos demasiado pequenos”. Queriam uma casa à imagem de uma jovem família: um casal de arquitectos, com dois filhos pequenos, e uma constante “necessidade de ligação”. “Procurávamos essa intimidade”, explica Filipa Frois Almeida, uma das metades do atelier FAHR 021.3, que criou com Hugo Reis, em 2012. Assim, de uma ruína de antigas habitações operárias na zona da Lapa, situada num “típico lote” do Porto, fizeram casa com pinceladas verde-água à sua medida, em que tudo dialoga e se interliga.

“Tal como também gostamos de convívio, todos os espaços comunicam uns com os outros através de ligações verticais e horizontais”, descreve a arquitecta. Há elementos de luz “que barram e interligam” as diferentes zonas e criam uma noção de “proximidade”, para que não existam “espaços mortos”. “Todos os espaços têm luz natural”, diz Filipa, para quem era também importante criar “um espaço confortável e simpático”, até atendendo às crianças que nele habitam. Por todo o lado, do jardim aos puxadores das portas, há opções “divertidas” – por exemplo, “apontamentos de cor que também alegram a casa”, “elementos espaciais” ideais para se jogar às escondidas ou servirem refúgio, “recantos” que tanto servem para criar “momentos de leitura ou proximidade”, como para ocultar soluções de aquecimento.

Vindos do Bairro da Bouça, onde tanto gostavam de viver, decidiram levar partes da antiga morada com eles, assumindo na nova vida referências à obra de Siza Vieira, mas “também a outros projectos de habitação social do SAAL [Serviço Ambulatório de Apoio Local]” do pós-25 de Abril. A começar na cozinha, repleta de armários e com um longo balcão, que se escancara para a sala: “Gostamos mesmo dessa ideia da convivência na cozinha.” E da Alemanha, por onde também já passaram, as bicicletas suspensas na garagem (que continua a ser um “espaço nobre” enquanto zona de entrada) ou a possibilidade de os quartos dos filhos virem a ter, no futuro, um pequeno mezanino.

As “pequenas brincadeiras no interior” da habitação, que se descobrem ao longo do rés-do-chão, primeiro andar e sótão, transparecem para a fachada, que “não é alta e desmesurada para a própria rua”, orgulhando-se, descontraída, dos seus recortes coloridos. Em conclusão: “É uma casa à nossa escala.”

©José Campos
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