Hospital das Caldas da Rainha autorizado a contratar enfermeiros para o serviço de urgência

A falta de enfermeiros no Serviço de Urgência foi denunciada na quinta-feira por cerca de duas dezenas de profissionais que recusaram aceitar a passagem de turno.

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Na quinta-feira, enfermeiros do Hospital das Caldas da rainha vieram em protesto para a rua LUSA/CARLOS BARROSO

A contratação de mais enfermeiros para o serviço de Urgência do Hospital das Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, já foi autorizada, informou este sábado o Centro Hospitalar do Oeste, na sequência de um protesto dos profissionais daquele serviço.

A falta de enfermeiros no Serviço de Urgência foi denunciada na quinta-feira por cerca de duas dezenas de profissionais que recusaram aceitar a passagem de turno e se concentraram em frente ao Hospital das Caldas da Rainha em protesto pela escassez de meios no serviço que se encontra sobrelotado.

Em comunicado a administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) informou que "foi autorizada a contratação de profissionais de enfermagem para reforço do serviço de Urgência do Hospital das Caldas da Rainha”, sublinhando ainda que o serviço se mantém “em funcionamento, garantindo a prestação de cuidados à população da sua área de influência, apesar dos constrangimentos identificados”.

Na quinta-feira, “cerca de duas dezenas de enfermeiros recusaram aceitar a passagem do turno”, o que implicou que os enfermeiros que fizeram o turno entre a meia-noite e as 8h tivessem que se manter ao serviço após a sua hora de saída, afirmou na altura o delegado sindical do SEP (Sindicato dos Enfermeiros Portugueses) Ivo Gomes.

A contestação tinha por base “a escassez de enfermeiros no serviço que se encontra sobrelotado”, fazendo, segundo Ivo Gomes, com que haja “uma média de 16 ou 17 doentes para cada profissional”.

Um rácio que impede “a garantia de uma assistência em condições aos doentes, muitos dos quais ficam na Urgência, em macas, por 24 ou 48 horas, sem serem transferidos para outros serviços”, explicou na altura.

Cansados de esperar pela abertura de concurso “prometida pelo Governo e que previa a contratação de 2200 enfermeiros”, os enfermeiros do CHO exigem à administração “a contratação de mais enfermeiros e a reorganização dos serviços”, por forma a que não haja pessoal a “ter que fazer turnos duplos e trabalhar cerca de 500 horas por mês, ao invés das 140 a 150 que lhes competiam fazer” acrescentou.

No comunicado emitido este sábado o Conselho de Administração (CA) do CHO manifesta “apreço pela disponibilidade dos profissionais de saúde em manter as vias de diálogo abertas” e prevê que até final deste ano seja concluída a empreitada para remodelação e ampliação do Serviço de Urgência do Hospital das Caldas da Rainha.

A expansão e remodelação deste serviço - um investimento superior a 1,7 milhões de euros - foi suspensa em Março de 2020, devido à pandemia de covid-19 para disponibilizar espaço para a criação da área dedicada a doentes respiratórios do serviço de urgência (ADR-SU). 

A obra dotará o hospital de uma segunda Sala de Observação e ampliará a Urgência Pediátrica, “permitindo aumentar a capacidade de resposta à população”, pode ler-se no comunicado.

O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

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