Na falta de baleias, permanece o mar: a contemplação em forma de fotografia abstracta

Rui Duarte
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Rui Duarte

Foi a bordo das embarcações em que foi guia turístico em Husavik, na Islândia, que Rui Duarte deu início à arte de contemplar o mar. O propósito da viagem era, como já tinha acontecido (e relatado ao P3 em Outubro de 2020), falar sobre baleias a turistas — e aproveitar para fotografá-las. Este Verão repetiu a dose. Mas, “apesar das mais de 12 horas por dia a bordo”, as baleias nem sempre se mostram. Convém, então, “encontrar outras formas de contemplação”, diz ao P3. “É através da lente que vejo ondas partirem, rasgarem e quebrarem à tona da água”, conta. E foi este espectáculo que o fotógrafo, licenciado em Biologia e Geologia, quis registar (na escassez de espectáculos acrobáticos de baleias).

A observação do mar tornou-se quase existencial: “A maior parte do oxigénio que em Terra apreciamos provém das plantas marinhas. O simples facto de estar em contacto directo com a principal fonte de produção do ar, essencial à vida, por si só desencadeia bem-estar, pureza e clareza”, refere. O mar é “o ecossistema mais dinâmico do planeta, albergando uma infinita biodiversidade e o principal regulador do clima” — e cada onda o lembrava disso. O resultado da viagem foi um conjunto de fotografias introspectivas, abstractas, em tons de dourado e azul, que exaltam a “humildade e a gratidão” de um fotógrafo para quem o mar é “o doce lar”.

Rui Duarte
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