Oito Picassos vendidos por mais de 80 milhões de euros, aguarela de van Gogh ultrapassa 31 milhões

Mueles de ble, pintada em 1888 e tomada pelos nazis durante a ocupação de França, tornou-se a aguarela mais valiosa de van Gogh num leilão da Christie’s, em Nova Iorque, esta quinta-feira, que teve como destaque oito obras de Picasso que atravessam vários períodos da carreira do pintor.

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Mueles de ble, de Van Gogh DR
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Mousquetaire à la pipe II, de Picasso Christie's

Oito obras de Pablo Picasso, de vários períodos da carreira do artista espanhol, foram vendidas num leilão da Christie's em Nova Iorque, por um total de 92,5 milhões de dólares (80,8 milhões de euros).
Mosquetaire à la pipe II, de 1968, leiloado pela primeira vez, foi vendido na quinta-feira por 30 milhões de dólares (26,2 milhões de euros).

A tela Femme accroupie en costume turc II (Jacqueline), de 1955, que permaneceu nas mãos da mesma família desde que foi comprada, em 1957, foi vendida por 25,5 milhões de dólares (22,2 milhões de euros). Homme à la pipe (1968), Profil (1930), um retrato da primeira mulher de Picasso, Olga Jojlova, Le repas de l'accrobate (1905), Homme à la guitarre (1912-1913), Verre et bouteille sur une table (1913) e Tête d'homme barbu à la cigarette (1964), alcançaram preços entre os 15,4 milhões de dólares (13,4 milhões de euros) e 587 mil dólares (513 mil euros).

Recorde para aguarela de van Gogh

No mesmo leilão foram vendidos três quadros do holandês Vincent van Gogh, com Cabanes de bois parmi les oliviers et cyprès, de 1889, a alcançar 71,3 milhões de dólares, após taxas e impostos (62,3 milhões de euros) — acima dos 40 milhões (34,9 milhões de euros) que a leiloeira tinha estimado. Mueles de ble, uma paisagem tomada pelos Nazis durante a ocupação francesa na Segunda Guerra Mundial, atingiu os 35,9 milhões de dólares (cerca 31,3 milhões de euros), um recorde para uma aguarela do pintor impressionista.

Mueles de ble, pintada em 1888, foi adquirida muito acima da estimativa pré-venda, que apontava para um valor entre os 20 e os 30 milhões de dólares, afirmou a leiloeira Christie's. Foi exposta pela última vez em 1905 e retrata uma meda de feno em Arles, França, onde van Gogh viveu durante mais de um ano nos anos 1880. Ao contrário dos seus trabalhos mais conhecidos, pintados a óleo, a pintura foi executada em aguarela, guache, caneta e tinta em papel.

Após o suicídio do artista aos 37 anos, a obra foi inicialmente propriedade do seu irmão, Theo van Gogh, mudando de mãos várias vezes até ser tomada pelas forças nazis. Após o fim da guerra, a sua localização manteve-se incerta até à década de 1970. Estava em posse de um coleccionador até à aquisição pela Christie's, possível através de um acordo com o coleccionador e os herdeiros dos proprietários originais.

No mesmo leilão, Jean-Michel Basquiat, de Andy Warhol, superou as expectativas, tendo sido vendido por 40 milhões de dólares (quase 35 milhões de euros), o dobro da estimativa dos peritos. Numa venda de pintores impressionistas realizada pouco antes, que incluía a colecção do magnata do petróleo norte-americano Edwin L. Cox, falecido no ano passado, foi comprada ainda, além dos Van Gogh supracitados, a obra L'Estaque aux toits rouges, de Paul Cézanne (1883-1885). Exposta em público apenas uma vez desde que foi pintada, em 1889, foi arrematada por 55,3 milhões de dólares (48,3 milhões de euros), um valor dentro da estimativa da leiloeira. Um quadro do impressionista francês Gustave Cailebotte, Jeune homme à sa fenêtre, bateu o recorde do artista, atingindo o preço de 46 milhões de dólares (40 milhões de euros).

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